Enfermeiros acusam Ministério de má fé
“O Ministério da Saúde marcou uma reunião negocial para 25 de Novembro à tarde. Consideramos inaceitável. O orçamento é discutido de manhã”, declarou à Lusa a dirigente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) Guadalupe Simões.
A sindicalista especificou que a greve (marcada para dia 21) serve para “atingir objectivos” – negociar soluções para problemas dos enfermeiros -, um dos quais é garantir que o Orçamento do Estado (OE) contemple propostas para dar continuidade ao processo negocial.
Por isso, o SEP pediu, na terça-feira à noite, ao Ministério da Saúde para antecipar a reunião para data anterior à greve e poderá suspender a paralisação se tal acontecer e forem apresentadas propostas concretas para os problemas dos enfermeiros.
Caso contrário, “os enfermeiros darão a resposta no dia 21”, diz a sindicalista, considerando ter havido “má fé do Ministério, que sabe que os enfermeiros têm problemas cuja resolução passa pela introdução de normas no OE e marcou a reunião para esse dia à tarde”.
No início da semana passada, o SEP anunciou uma greve nacional de dois dias, 14 e 21 de Novembro, em protesto pelos cortes salariais nas horas extraordinárias, exigindo a progressão na carreira e a reposição das 35 horas de trabalho semanais.
O primeiro dia de greve coincidiu com o surto de legionella de Vila Franca de Xira, que levou ao internamento de largas dezenas de pessoas, a maioria na área da Grande Lisboa.
Considerando este cenário “extraordinário”, o Ministério da Saúde pediu na altura ao sindicato que reconsiderasse as datas da greve nacional, por recear que esta pudesse comprometer a prestação de cuidados de saúde.
O SEP respondeu negativamente à tutela e manteve os dias marcados, considerando que o motivo alegado não era razão suficiente para desconvocar o protesto.