Empresários da Saúde e Farmácia têm o melhor índice de cultura e visão digital
O objetivo passou por perceber como as empresas atuam dentro de cada um dos seus setores de atividade, desvendar como investem e identificar os impulsionadores internos da transformação digital. O estudo deixa perceber que há empresas e setores que aderem à transformação digital do negócio de forma proativa, outras estão num grau de maturidade estável e, por fim, há ainda as menos recetivas em aplicar estratégias digitais.
Endereçado a diretores e administradores com poder de decisão, pretendeu analisar o papel e a postura destes líderes e avaliou a visão do digital como parte integrante do negócio. A análise incidiu, ainda, sobre o nível de desenvolvimento tecnológico e de implementação das ferramentas mais relevantes no cenário atual, como o uso de cloud services, a análise de dados com recurso a software, as redes sociais como negócio ou a utilização de criptomoedas.
Após um primeiro contacto direto por e-mail, SMS ou através das redes sociais dos decisores das empresas inquiridas, as respostas foram obtidas através de um chatbot (conversação virtual) e os resultados individuais foram cedidos às entidades imediatamente após a participação. A escolha desta abordagem em detrimento do tradicional questionário online traduziu-se numa maior adesão dos decisores.
Na componente cultural, o coeficiente do setor da Saúde e Farmácia fixou-se nos 4,21 pontos num máximo de 5 (media geral de 3,52), a melhor pontuação entre os 11 setores de atividade. O coeficiente tecnológico foi de 3,19 ponto (média geral de 3,11). O setor obteve, assim, um coeficiente global de 3,70 pontos (média geral de 3,48 pontos) – o terceiro melhor.
Para além da Saúde e Farmácia, o estudo estendeu-se ainda aos setores da Educação, Automóveis e Transportes, Distribuição, Tecnologia, Indústria, Retalho, Banca, Financeiras e Seguros, Telecomunicações e Media, Construção e do setor público.
Os setores da Educação e da Tecnologia e o setor público apresentam-se, também, entre os mais bem preparados para uma transformação digital. No lado oposto da balança, surgem os setores da Distribuição e da Construção, com os coeficientes cultural e técnico mais baixos.
Os resultados demonstram que as organizações nacionais estão a orientar-se cada vez mais para uma cultura de desenvolvimento das ferramentas tecnológicas e que já se verifica, em muitos casos, a implementação efetiva.
Quase 50% dos inquiridos garantem que há um claro compromisso dos administradores e CEO em desenvolver uma estratégia de transformação digital e que são estes os impulsionadores da cultura digital nas empresas e sobre os quais recai o poder de decisão sobre esta matéria (80% das respostas).
O setor da Saúde e Farmácia é o melhor classificado relativamente ao compromisso com a melhoria contínua da estratégia de transformação digital, com uma pontuação final de 4,66 pontos.
Ainda assim, mais de 40% dos empresários de todos os setores não entende que a visão digital seja totalmente compartilhada por todos os colaboradores.
Já no que respeita à operacionalização dos projetos digitais, é ao departamento de marketing que as empresas atribuem mais frequentemente esta função, ainda que mais de um quinto dos respondentes afirmem que o outsourcing continua a ser um recurso comum.
O estudo revela, ainda, que a preocupação com a experiência do utilizador está presente no mindset das empresas nacionais, com 60% dos inquiridos a selecionar as respostas mais positivas relativamente a um cuidado particular com a otimização do website das suas empresas nas várias plataformas de visualização.
A visão dos executivos portugueses sobre a estratégia digital é, também, observável na forma como encaram novas ferramentas como as redes sociais – 60% das empresas inquiridas olham já para estas plataformas como uma parte integrante e ativa do seu negócio. Por outro lado, as criptomoedas são ainda olhadas com uma clara desconfiança, com mais de dois terços dos inquiridos a rejeitar a sua utilização.
As novas empresas e start-ups nascem, hoje, no ceio de uma digitalização quase inata do negócio. O estudo afere, contudo, que são as empresas com maior volume de faturação que mais apostam na digitalização, podendo indicar que a Transformação Digital está, para já, mais dependente do investimento financeiro do que da cultura digital incutida nas empresas.
O índice ou coeficiente global foi ponderado a partir dos coeficientes respetivos às duas componentes analisadas – cultural e técnica. Estes coeficientes inserem-se numa escala de cinco patamares que pretendem descrever a situação atual das empresas. O patamar inicial descreve uma empresa na fase embrionária de abordagem à transformação digital. Seguem-se os patamares de definição, ativo, de desenvolvimento e o patamar avançado, que inclui os coeficientes mais elevados e em que o seu valor máximo (5,00 pontos) reflete um negócio que assenta em pleno no digital.
O estudo e os resultados estão disponíveis na íntegra em https://impacting.digital/estudo-transformacao-digital.