DPOC atinge cerca de 6% da população em Portugal
A Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica caracteriza-se pela existência de uma obstrução a nível do aparelho respiratório comprometendo a sua função.
É uma doença lenta, que frequentemente se inicia com discreta falta de ar associada a esforços como subir escadas, andar depressa ou praticar exercício físico.
As principais causas da DPOC são o tabagismo e a exposição e inalação de partículas ou gases nocivos. Na realidade, sabe-se que esta é uma doença que se desenvolve maioritariamente em operários e em 10 a 15% dos fumadores.
São considerados grupos de risco:
- pessoas com mais de 40 anos e que fumem há mais de 10;
- com atividade profissional de risco respiratório comprovado, com exposição a poeiras e produtos químicos;
- com tosse ou expectoração crónica ou dispneia (dificuldade em respirar) de esforço.
Existe ainda uma componente hereditária que está relacionada com o défice numa proteína – Alfa-1 Antitripsina – responsável pelo reforço das defesas do aparelho respiratório. Embora afete apenas dois por cento dos doentes, a doença desenvolve-se precocemente (entre os 20 e os 30 anos), nestes casos.
Os sintomas mais comuns, como já foi referido, são a tosse ou a produção de expectoração frequente.
No entanto, numa fase inicial ela pode ser assintomática e, por isso, importa estar atento, sobretudo se é fumador. Sabe-se que existe uma tendência para desvalorizar pequenos sintomas, associando-os aos hábitos de consumo de tabaco.
O diagnóstico desta doença pode ser feito através de vários exames, sendo o mais frequente a espirometria ou prova de função pulmonar, onde se avalia o volume e fluxo de ar que entra e sai dos pulmões.
A gasometria arterial mede o pH e os níveis de oxigénio e dióxido de carbono no sangue de uma artéria. Este exame é utilizado para verificar se os pulmões são capazes de mover o oxigénio dos brônquios para o sangue e remover o dióxido de carbono do sangue.
O raio-X ao tórax pode mostrar enfisema, uma das principais causas da DPOC.
A tomografia computadorizada dos pulmões pode ajudar a detectar enfisema e a determinar se você pode se beneficiar de uma cirurgia para a DPOC. Tomografia computadorizada também pode ser usada para detetar o cancro de pulmão, que é comum entre pessoas com DPOC.
Ao contrário do que pode pensar, a Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica é tratável, hoje em dia, graças à existência de inúmeras terapêuticas farmacológicas e não farmacológicas, que melhoram a qualidade de vida do doente e que podem impedir a progressão da doença, mediante o estádio em que esta se encontra.
Entre a utilização de vários fármacos pode ser necessária a realização de outros tratamentos como a terapia de oxigénio e/ou reabilitação pulmonar.
Em alguns casos, pode haver necessidade de se recorrer à cirurgia – de redução dos volumes pulmonares ou transplante pulmonar.
Complicações em doentes com DPOC:
- Infeções respiratórias: quem sofre de DPOC é mais suscetível a constipações, gripe ou pneumonia. Qualquer infecção respiratória pode tornar a respiração muito mais difícil e produzir mais danos no tecido pulmonar
- Pressão arterial elevada: a DPOC pode aumentar a pressão arterial das artérias que levam sangue para os pulmões, originando a chamada hipertensão pulmonar
- Problemas cardíacos: por razões que não são totalmente compreendidas, a DPOC aumenta o risco de doenças cardíacas
- Cancro de pulmão: fumadores com bronquite crónica, uma das manifestações da DPOC, têm maior risco de desenvolver cancro de pulmão.