Doentes psiquiátricos perdem acesso a medicamento
A psiquiatra Inês Cunha, do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa, refere que este "é um retrocesso de 30 anos na psiquiatria de urgência". O motivo foi o aumento de preço proposto pelo laboratório, que passaria a embalagem de olanzapina injecção intramuscular de 4,82 para 21,60 euros. O Infarmed garante que existem alternativas e que o mesmo medicamento mantém-se disponível em comprimidos, esclarece o Diário de Notícias. A Lilly Portugal justifica o pedido com os custos de produção e refere que a revisão de preço iria traduzir-se num aumento de encargos para o SNS de 10 mil euros anuais.
"É um medicamento que usamos muito em situações urgentes. É uma injecção intramuscular que não tem genérico. Vamos perder um medicamento precioso que usamos em doentes agitados, seja nas urgências ou em internamento. O mesmo existe em comprimido, mas numa situação de descompensação não é possível dá-los. A injecção intramuscular é a melhor alternativa. Ficar sem ela, é voltar atrás 30 anos na psiquiatria de urgência", diz Inês Cunha.