São cerca de 20 mil

Doentes com epilepsia grave aguardam cirurgia

20 mil pessoas com a forma mais grave de epilepsia queixam-se de atrasos na referenciação para cirurgia. A denúncia parte da Liga Portuguesa contra a Epilepsia.

Para estes doentes, os medicamentos já não resolvem o problema. A epilepsia refractária, a forma mais grave da doença, afecta um terço do universo dos portadores de epilepsia em Portugal e o único tratamento possível é a cirurgia. A taxa de sucesso é altamente satisfatória, mas a espera é longa.

Em declarações à Renascença, o presidente da Liga Portuguesa contra a Epilepsia (LPCE), Francisco Sales, fala de “um atraso grande no envio dos doentes para cirurgia, e a percentagem de cura é muito elevada: em cada dois doentes, um fica completamente sem crises e o outro melhora substancialmente”.

Outro problema é o difícil acesso aos medicamentos nas farmácias. Francisco Sales diz que “muitas vezes as farmácias não têm os medicamentos em stock e os doentes têm de esperar várias semanas”.

O presidente da Liga Portuguesa contra a Epilepsia alerta contudo que “o doente nunca deve deixar de tomar a medicação”.

Daí, o conselho: “tenham stock de medicação em casa porque sabem que, se deixarem chegar ao fim, poderão ter mais dificuldade em comprá-la no imediato”.

A Liga Portuguesa contra a Epilepsia estima que todos os anos surjam 5 mil novos casos da doença. Desses, cerca de 300 são candidatos a cirurgia. Mas só 50 são operados.

 

Dia Internacional da Epilepsia é assinalado hoje

Epilepsia é mais do que ter crises é o tema de uma campanha europeia que decorrerá em 2014/2015 e cujo objectivo é alertar e sensibilizar a sociedade e os governos para as questões de quem vive com epilepsia.

 

Talvez não saiba que:

> Na Europa existem 6 milhões de pessoas com epilepsia

> Cerca de um terço das pessoas com epilepsia não respondem aos medicamentos existentes: são 20 milhões em todo o mundo

> Muitas formas de epilepsia persistem durante toda a vida e algumas são progressivas

> Cerca de 80% das pessoas com epilepsia apresentam co-morbilidades (ou seja, outras doenças associadas)

> A taxa de mortalidade nas pessoas com epilepsia é superior à da população em geral, existindo um risco 20 vezes superior de morte súbita

> Para além das crises epilépticas, muitos outros factores prejudicam a qualidade de vida das pessoas com epilepsia, por exemplo, a discriminação, o estigma, ou os efeitos secundários da medicação

Fonte: 
RR e LPCE
Nota: 
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