Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica
O que é Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) e quais são as causas?
A DPOC caracteriza-se pela obstrução crónica, mas parcialmente reversível, do fluxo de ar nos pulmões. É causada por uma resposta exagerada dos pulmões quando são diariamente irritados pela inalação de substâncias nocivas, principalmente as contidas no fumo de cigarro. Esta resposta é denominada de processo inflamatório, ou seja, é a forma através da qual o pulmão se defende dos agressores, levando à bronquite crónica e ao enfisema do pulmão. As alterações da forma do pulmão reflectem-se em outros órgãos, principalmente no coração e nos músculos periféricos. Por isso, a DPOC é considerada uma doença sistémica, isto é, que ataca vários órgãos ao mesmo tempo.
Como se sente/percebe a DPOC?
O pulmão fica parcialmente cheio o tempo todo e não há reserva para inspirar e expirar rápido. Este mecanismo é chamado de hiperinsuflação por aprisionamento de ar. O ar entra mas não consegue sair na velocidade adequada. A cada ciclo respiratório sobra uma quantidade de ar dentro dos pulmões. Este ar deforma e estica toda a estrutura dos pulmões, prejudicando a função de oxigenar.
Quem tem DPOC e qual o seu impacto na nossa sociedade?
A real incidência da DPOC na maioria dos países não é conhecida, pois os dados são obtidos por questionários de sintomas e difíceis de serem avaliados com o máximo rigor estatístico. Os níveis de incidência desta patologia estão a aumentar, com consequências graves ao nível da Saúde Pública e até da Economia. Diversos estudos apontam para que a doença possa afectar cerca de 10 em cada mil homens e à volta de sete mulheres em cada mil. A prevalência para pessoas acima dos 40 anos, está estimada em 9 por cento da população mundial, percentagem que aumenta para 15 pontos no caso dos fumadores.
Quais são os factores de risco para a DPOC?
Existem vários factores de risco descritos para o desenvolvimento da DPOC, sendo o mais conhecido e estudado, o tabagismo. Todavia não se sabe com rigor quem é susceptível à doença e quando esta se começa a desenvolver. Aconselha-se, portanto, uma atitude preventiva, nomeadamente em relação ao tabagismo. Outros factores desencadeantes conhecidos podem ser de natureza genética – relacionados com a hiperactividade das vias aéreas e com o crescimento pulmonar – ou ainda ambientais, através de exposição a poeiras, produtos químicos e poluição. A relação entre os factores genéticos e os ambientais, concretamente quanto à sua contribuição para a doença, está ainda pouco estudada.
Qual a diferença entre Asma e DPOC?
A Asma e a DPOC são chamadas doenças obstrutivas das vias aéreas porque dificultam o fluxo de ar nos pulmões. A palavra mais usada para diferenciá-las é "reversibilidade da obstrução”, na asma a limitação ao fluxo de ar é reversível com o tratamento ou mesmo espontaneamente, enquanto na DPOC tal não acontece, mesmo nos pacientes cujos sintomas melhoraram. Por outro lado, a Asma costuma manifestar-se na infância e a DPOC após os 40 anos de idade.
Como fazer uma prova de função pulmonar?
A espirometria que mede os fluxos e os volumes do pulmão, é um exame extremamente simples e que pode ser realizado no próprio consultório médico ou em laboratórios. O diagnóstico da DPOC é feito quando a relação entre todo o ar que cabe no pulmão e o expirado no primeiro segundo for menor que 70 por cento.
A radiografia do pulmão serve para avaliar se eu tenho DPOC?
Não, mas é muito importante para identificar outras doenças do pulmão, como o cancro e a tuberculose, facilitando o diagnóstico correcto da patologia associada ao doente em causa.
Existe uma classificação de gravidade da DPOC?
Consideram-se quatro estadios: Leve (com sintomas pouco perceptíveis), Moderada (falta de ar ao fazer exercício físico), Grave (falta de ar nas actividades diárias), Muito Grave (Falta de ar mesmo em situação de repouso).
A DPOC tem tratamento?
Sim, os doentes melhoram...e muito! A DPOC não tem cura, mas o tratamento devolve a independência e qualidade de vida ao paciente.
O que é a exacerbação da DPOC?
A exacerbação é o aumento na quantidade de catarro do portador de DPOC, ou a mudança de aspecto da secreção, ficando mais espessa, amarela ou esverdeada. Este sintoma, em geral, está acompanhado de um agravamento na falta de ar. Quando o doente se apercebe da falta de ar, mais cansaço, junto com o aumento do catarro, a melhor coisa a se fazer é procurar o seu médico ou um posto de saúde. Este quadro deve ser rapidamente diagnosticado e tratado, para que não evolua para a insuficiência respiratória. Se isso ocorrer pode haver a necessidade de internamento.
Quais são os sintomas que me dizem poder estar a sofrer de DPOC?
A presença de sintomas como tosse, expectoração, pieira ou falta de ar, persistentes ou desencadeados pelo exercício físico, embora não específicos, devem fazer pensar no diagnóstico de doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC).