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Disfunções sexuais, o que se pode fazer?

Atualizado: 
07/02/2020 - 17:30
As disfunções sexuais podem surgir em qualquer idade, no homem e na mulher e por diferentes motivos. A boa notícia é que podem ser tratadas.
Mulher sentada na cama com ar chateado e homem a dormir ao lado

As dificuldades sexuais podem afectar consideravelmente as pessoas e as suas relações íntimas. O funcionamento sexual não implica apenas determinadas respostas fisiológicas, mas todo um conjunto de variáveis situacionais, pessoais e relacionais. É por isso que é importante identificar o problema e procurar ajuda.

Tratar uma disfunção sexual passa, em primeiro lugar, por determinar a sua origem principalmente para apurar se o problema é de origem orgânica ou de causa psicológica, já que a estratégia terapêutica varia de caso para caso. Deve-se ter em conta que, por vezes, não é fácil determinar se o problema tem uma origem totalmente orgânica ou psicológica, já que existem inúmeros casos em que ambos os tipos de factores se combinam e se sobrepõem.

Portanto, uma terapêutica eficaz deve ser definida após um correcto diagnóstico, que se deve basear em questões individuais e do casal. Certo é que as várias disfunções sexuais dispõem, actualmente, de diferentes possibilidades de tratamento.

Habitualmente, nos casos em que a origem das alterações é orgânica recorre-se à administração de medicamentos ou até à cirurgia, através da qual se obtêm, na maioria dos casos, amplas expectativas de êxito. Todavia, esta situação não é a mais comum.

Há uma elevada prevalência de disfunções sexuais que envolvem factores emocionais, psicológicos e de comunicação, ao mesmo que têm uma base orgânica. Estes problemas não podem ser resolvidos apenas com medicamentos ou com a realização de uma intervenção cirúrgica, na medida em que os factores psicossociais que contribuem para as dificuldades permanecerão. Nestes casos, deve-se recorrer a outras técnicas que se englobam no conceito de "terapêutica sexual", cujo principal objectivo passa por tentar aumentar o grau de satisfação do paciente e da parceira. Este tipo de terapêutica inclui um nível individual e um outro de participação de ambos os membros do casal.

Algumas sugestões

  • O ambiente: apesar de por vezes não darmos muita importância ao ambiente em que ocorre a actividade sexual, ele é bastante importante. Quando a pessoa está num ambiente agradável para ela, em que se sente bem, relaxada e confortável, será mais fácil ficar excitada e terá mais sensações agradáveis.
  • Aspectos que afectam a excitação sexual: para além do ambiente pode pensar noutros aspectos que sente que afectam a sua excitação sexual (por exemplo, a hora do dia) e seleccionar as alturas em que é mais propício para se envolver em actividades sexuais.
  • Pensamentos positivos: as atitudes e expectativas negativas podem afectar o funcionamento sexual dos indivíduos. Estes pensamentos negativos podem distraí-lo das pistas eróticas e poderá não conseguir ficar excitado. Tente pensar em coisas boas, positivas.
  • Postura exploratória: uma postura exploratória, sobretudo no início de uma relação, abre espaço para o conhecimento do prazer do outro e do próprio, diminuindo o foco no desempenho e na performance.
  • Informação: muitas vezes pensa-se que já se sabe o suficiente sobre o funcionamento sexual para se ter relações sexuais satisfatórias. Muito pelo contrário, verifica-se que crenças falsas, expectativas irrealistas e a falta de informação sobre o funcionamento sexual podem ter um papel importante no aparecimento e manutenção das dificuldades sexuais. Por isso: procure informação e desmistifique ideias que podem não estar correctas.
  • Inovação: uma das ideias erradas que muitas vezes está associada à relação sexual é que o sexo se resume à penetração. Nos casos em que existe esta ideia, se houver alguma dificuldade neste sentido (por exemplo, dificuldades em ter uma erecção) poderá significar a ausência de intimidade física para o casal. Por isso, tente ampliar os seus "horizontes” e descobrir que há mais formas de satisfação sexual para além da penetração. Por vezes a actividade sexual também pode perder a excitação por se tornar uma rotina com pouca novidade. Assim, também se pode reinventar a vida sexual incluindo fantasias sexuais. Tente inovar, explorar e partir para a descoberta.
  • Comunicação: o funcionamento sexual não é um processo automático e intuitivo e é importante falar sobre ele. Muitas vezes as pessoas não se sentem confortáveis em falar sobre o sexo e costumam existir sentimentos de vergonha associados. A melhoria da comunicação permite eliminar mal-entendidos e aliviar ressentimentos que podem estar a contribuir para as dificuldades a nível sexual.
  • (Re)aprender a tirar prazer: quando as dificuldades a nível sexual existem níveis elevados de frustração entre o casal. Os dois sentem-se pressionados a que tudo "funcione” a 100 %, focam-se demasiado em questões de desempenho que impedem o casal de desfrutar de um dos objectivos principais da actividade sexual: o prazer.Embora o principal objectivo da sexualidade humana seja a procriação, não é o único, pois também constitui uma fonte de prazer, serve para estabelecermos relações interpessoais íntimas e oferece-nos a oportunidade de comunicarmos de maneira muito especial com outras pessoas.

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Fonte: 
GAPsi - Gabinete de Apoio Psicopedagógico - Faculdade de Ciências
medipedia.pt
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
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