Crónica ou aguda?

Diarreia

Atualizado: 
09/12/2013 - 11:39
A diarreia caracteriza-se por um aumento do número de evacuações. Normalmente não apresenta gravidade e pode prolongar-se até sete dias.

Quando algo perturba o equilíbrio natural do sistema digestivo, os movimentos intestinais podem tornar-se mais acelerados e há uma alteração da absorção dos alimentos. Isto leva a que, tanto os alimentos como a água sejam absorvidos em menor quantidade pelo intestino, originando a formação de dejecções mais frequentes de fezes moles e aquosas, conhecidas como diarreia.

As principais características da diarreia são o aumento do número de evacuações e a perda de consistência das fezes, que se tornam aguadas. Já no que toca à duração a diarreia pode ser classificada como aguda ou crónica.

A diarreia aguda é súbita e de curta duração – pode ter uma duração até 2 semanas – e na maioria dos casos é possível lidar com este tipo de diarreia com facilidade com a toma de um antidiarreico à venda no mercado. Estes medicamentos ajudam o seu sistema digestivo a restabelecer o seu ritmo normal.

A diarreia crónica é mais persistente ou recorrente, pode não ocorrer todos os dias, mas ao contrário da diarreia aguda, apresenta recorrência e não parece parar. Uma das piores complicações da diarreia é a desidratação, por isso deve ingerir muitos líquidos e descansar, pois a fraqueza é outro dos sintomas frequentes.

Os sintomas de ambos os tipos de diarreia são as dejecções frequentes de fezes moles e aquosas, que podem ser acompanhadas de dor abdominal, espasmos ou distensão abdominal. O que distingue a diarreia aguda da crónica é a duração/intensidade dos sintomas.

Apesar de na maioria das vezes se tratar de uma situação benigna, a diarreia pode ser o sintoma inicial de várias outras doenças como: úlcera gastrointestinal, alguns tipos de cancro, SIDA e de outras doenças que acarretam a má absorção dos nutrientes.

Caso a diarreia continue persistente apesar de todas as medidas enunciadas, deve procurar assistência médica.

Causas

Pelo menos uma vez na vida todas as pessoas têm diarreia. A principal causa da diarreia é a intoxicação alimentar. No entanto, são vários os motivos que podem originar a diarreia:

  • Toxinas bacterianas como a do estafilococus;
  • Infecções por bactérias como a Salmonella e a Shighella;
  • Infecções virais;
  • Disfunção da motilidade do tubo digestivo;
  • Parasitas intestinais causadores de amebíase e giardíase;
  • Efeitos secundários de alguns medicamentos;
  • Abuso de laxantes;
  • Intolerância a derivados do leite pela incapacidade de digerir lactose (açúcar do leite);
  • Intolerância ao sorbitol, adoçante obtido a partir da glicose.

Tipos de diarreia
Já referíamos a possibilidade de a diarreia ser aguda ou crónica e que se caracteriza por provocar um maior número de dejecções. Este tipo de diarreia “dito mais comum” pode estar associada a uma combinação de stress, medicamentos e alimentos. Por exemplo, excesso de gorduras, de cafeína, mudança do tipo de água ingerida ou mesmo ansiedade diante de acontecimentos importantes;

Já o caso de a diarreia ter causa infecciosa – diarreia infecciosa – pode provocar febre, perda de energia e de apetite e é, habitualmente, causada por visores e bactérias. Se não for convenientemente tratada, os sintomas podem demorar até uma semana a desaparecerem;

A amebíase é um tipo de diarreia causada por um protozoário que invade o sistema gastrointestinal transportado por água ou comida contaminada. Trata-se de uma infecção típica dos trópicos, muito frequente em viajantes e nos habitantes de regiões de clima temperado. A amebíase pode ocasionar desde uma leve dor de estômago e flatulência até febre, prisão de ventre, debilidade física e fezes aguadas com manchas de sangue.

A giardíase, também é provocada por um protozoário, a giárdia, e os seus sintomas variam da simples dor de estômago à diarreia persistente ou à presença de fezes pastosas. Outros sintomas incluem desconforto abdominal, eructação (arroto), dor de cabeça e fadiga. A giárdia espalha-se pelo aparelho digestivo através da ingestão de água e alimentos contaminados. Também pode ser transmitida por relações sexuais ou por excrementos;

Por fim, existe a diarreia que surge na sequência da intolerância à lactose. Ou seja, algumas pessoas não conseguem digerir a lactose (açúcar encontrado no leite e seus derivados), porque não produzem uma enzima chamada lactase. Entre os seus sintomas, destacam-se tanto a diarreia como a prisão de ventre, distúrbios estomacais e gases.

Recomendações
Para qualquer dos tipos de diarreia referidos deve beber muitos líquidos, 2 a 3 litros por dia, para evitar a desidratação. Como a água não repõe a perda de sódio e potássio, procure suprir essa necessidade com soro fisiológico ou outros líquidos que contenham tais substâncias. As pessoas com tensão arterial elevada, diabetes, glaucoma, doenças cardíacas ou com história de derrames devem consultar o médico antes de ingerir bebidas que contenham sódio porque correm o risco de elevar a tensão arterial;

Não deve deixar de comer, uma vez que suspender a alimentação só vai agravar mais o estado de desidratação, interrompendo o fornecimento dos nutrientes necessários para o organismo reagir. É preferível ingerir arroz, caldos de carne magra, bananas, maçãs e torradas. Estes alimentos dão mais consistência às fezes e, especialmente a banana, é rica em potássio.

Também:

  • Deve suspender a ingestão de alimentos com resíduos, tais como saladas e fibras;
  • Alguns chás, por exemplo de camomila, erva-doce e hortelã, podem ajudar;
  • Evite o café, leite, sumos de fruta e álcool;
  • Evitar alimentos muito temperados ou com alto teor de gordura (fritos, enchidos e alguns tipos de carne mais gordos, etc.) até que as fezes voltem ao normal;
  • Não utilizar adoçantes à base de sorbitol;
  • Lavar bem as mãos várias vezes por dia, em especial, antes das refeições;
  • Ferver a água de poços, rios, lagos, riachos ou mesmo a da torneira nos locais em que estas não são tratadas, antes de beber.
  • Não beber refrigerantes ou outra bebida qualquer da própria embalagem. Passe-a por água primeiro e use um copo limpo;
  • Fazer gelo apenas com água tratada ou fervida;
  • Evitar consumir leite e derivados, se tiver intolerância à lactose. 
Fonte: 
drauziovarella.com.br
Nota: 
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