Janeiro é o Mês da Consciencialização para o Glaucoma

Diagnóstico precoce ajuda a controlar o desenvolvimento do glaucoma

Atualizado: 
29/01/2019 - 10:16
As pessoas com mais de 60 anos apresentam um elevado risco de desenvolver o glaucoma, sendo necessário que se mantenham atentas e façam consultas de rotina. Monitorizar o estado do olho e do nervo ótico é especialmente importante para as pessoas desta faixa etária, uma vez que o glaucoma avançado pode provocar a cegueira.

O nervo ótico é formado por um conjunto de milhares de fibras nervosas individuais que transmitem sinais do olho para o cérebro. O glaucoma é uma patologia ocular que causa danos progressivos neste mesmo nervo ótico, e consiste na perda da sensibilidade do tecido da retina por morte de fibras nervosas e consequente perda de visão irreversível.

Existem vários fatores de risco que podem levar ao desenvolvimento do glaucoma, entre os quais a idade. As pessoas com mais de 60 anos apresentam um elevado risco de desenvolver o glaucoma, sendo necessário que se mantenham atentas e façam consultas de rotina. Monitorizar o estado do olho e do nervo ótico é especialmente importante para as pessoas desta faixa etária, uma vez que o glaucoma avançado pode provocar a cegueira.

A forma mais comum desta patologia é o glaucoma primário de ângulo aberto. Este está associado a um progressivo aumento da pressão dos fluidos dentro do olho. Por se desenvolver lentamente e geralmente sem sintomas, muitas pessoas só se apercebem quando já ocorreu uma perda significativa de visão. Contudo, apesar de não produzir sintomas, o glaucoma pode ser diagnosticado através de uma consulta de rotina, com a avaliação de pressão do olho, alterações na papila do nervo ótico e dos campos visuais.

O tipo menos comum de glaucoma é o glaucoma agudo de ângulo fechado, que normalmente ocorre devido a um aumento significativo da pressão no olho num curto espaço de tempo. Os seus sintomas incluem dor ocular severa, náuseas, forte hiperemia, aparecimento de anéis coloridos em redor das luzes e visão enublada. Esta condição é uma emergência médica, pois a perda de visão pode ser imediata. No entanto, nem todas as pessoas que sofrem de pressão intraocular alta desenvolvem glaucoma e muitas pessoas com pressão ocular normal também sofrem de glaucoma. Quando a pressão dentro do olho é demasiado alta para esse nervo ótico específico, independentemente do valor que tenha essa pressão, produzirá glaucoma. A este tipo de glaucoma designou-se glaucoma de baixa pressão, em que a pressão permanece dentro dos valores normais, mas o nervo ótico apresenta alterações.

A diminuição da pressão intraocular deve ser realizada pelo Oftalmologista, através da prescrição de medicação, podendo mesmo ser necessária uma intervenção cirúrgica. É, por isso, importante a colaboração estreita entre o Oftalmologista e o Optometrista na gestão desta doença, fazendo o controlo com frequência dos valores da pressão intraocular.

O glaucoma não pode ser prevenido nem é uma condição rastreável, mas se for diagnosticado e tratado atempadamente pode ser controlado. Assim, existem exames auxiliares que devem ser feitos quer para diagnóstico, quer para acompanhamento da doença. Na consulta optométrica podem ser efetuadas medições da pressão intraocular, bem como a observação dos fundos oculares através do exame com oftalmoscópio ou outras técnicas de imagiologia. Desta forma, é possível observar e determinar os sinais físicos de possíveis alterações do nervo ótico. Se o glaucoma já estiver instalado, um exame de campos visuais permite analisar a extensão da lesão e acompanhar a patologia. Com o acompanhamento certo, é possível controlar o seu glaucoma em colaboração com o oftalmologista.


Raúl Sousa
Optometrista e Presidente da APLO

Fonte: 
Miligrama
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Foto: 
ShutterStock