Diabetes duplica risco de perda auditiva em pessoas mais jovens
Existe uma relação directa entre a diabetes e o desenvolvimento de perda auditiva, afectando principalmente pessoas com idade inferior a 60 anos, segundo um estudo desenvolvido pela Universidade Niigata, no Japão. O risco até esta faixa etária duplica comparativamente às pessoas mais velhas e pode até levar à perda auditiva definitiva.
Os investigadores analisaram as informações de estudos que decorreram ao longo de 34 anos - entre 1977 e 2011 - onde foram examinadas 7.377 pessoas com diabetes e 12.817 sem diabetes. As conclusões revelam que os diabéticos apresentavam 2.15 vezes mais de probabilidade de sofrer perda auditiva comparativamente ao grupo sem o problema. Também o grupo com 60 anos ou menos apresentou o dobro (2.6 vezes mais) da probabilidade de perda auditiva comparativamente ao grupo com mais de 60 anos, sendo que os efeitos da velhice não são uma explicação para o aparecimento deste problema.
“Queremos sensibilizar a população para esta data que tem cada vez mais peso em Portugal uma vez que existe mais de 1 milhão de pessoas com diabetes e que é um dos países da Europa com mais incidência deste problema. Entre as várias consequências, a diabetes pode provocar perda auditiva mesmo em idade precoce, por isso é imperativo que o diabético siga as recomendações do médico para evitar que as complicações se alastrem no organismo, assim como é essencial que realize rastreios regularmente para aferir o estado da sua saúde auditiva”, afirma Pedro Paiva, audiologista.
A Diabetes é uma doença crónica que se caracteriza por um grande nível de açúcar (glicose) no sangue e pela incapacidade do organismo em transformar toda a glicose que deriva dos alimentos. A explicação para uma relação directa com a perda auditiva está no facto de a diabetes atingir todos os vasos sanguíneos do corpo e, como as artérias que ligam o ouvido interno, médio e externo são muito delicadas, passam a estar muito expostas ao problema. A diabetes surge, normalmente, em pessoas com mais de 40 anos e o agravamento do problema pode levar à perda definitiva de audição.