Dia Mundial do Dador de Sangue
Para além da OMS, esta comemoração é patrocinada pela Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, pela Federação Internacional das Organizações de Dadores de Sangue e pela Sociedade Internacional da Transfusão de Sangue.
O dia 14 de Junho foi escolhido por ser o dia do nascimento de Karl Landsteiner, médico e biólogo austríaco que recebeu em 1930 o Prémio Nobel de Fisiologia ou Medicina pela descoberta, em 1900, do sistema AB0 de classificação dos grupos sanguíneos e que mais tarde, em 1937, descobriu o factor Rhesus, resolvendo o problema das reacções transfusionais que limitavam o desenvolvimento deste ramo da medicina.
As pessoas saudáveis têm o dever de ajudar as pessoas doentes, incluindo-se neste dever de solidariedade a doação de sangue. Dar sangue faz bem e custa pouco: este acto, tão simples e tão importante, é rápido e praticamente inócuo, desde que se cumpram as normas científicas da selecção de dadores e as boas práticas da recolha do sangue.
Todos os anos, quase 100 milhões de pessoas em todo o mundo dão mais de 110 milhões de unidades de sangue, o que permite salvar inúmeras vidas e melhorar a saúde e a qualidade de vida de muitos doentes (apesar de ainda haver muitos países nos quais a segurança de todo o processo tem muitas falhas).
Para além de agradecer aos dadores as suas dádivas voluntárias e benévolas, o Dia Mundial do Dador de Sangue serve ainda para realçar a importância de haver “sangue seguro”, o que passa pela criteriosa selecção dos dadores, pelo rigoroso processo de colheita, análise, processamento, armazenamento e distribuição do sangue e dos seus componentes.
Neste contexto, a OMS pretende, a curto prazo, aumentar o número de dadores benévolos regulares (de modo a garantir reservas suficientes de sangue seguro) e ocasionais (de modo a suprir necessidades pontuais em situações de emergência, que afectam cerca de 250 milhões de pessoas por ano) seguros, evitando assim o recurso à recolha remunerada de sangue, que ainda se pratica em alguns países e que acarreta maior risco de transmissão de doenças dos dadores para os receptores, sobretudo de HIV/SIDA, hepatites B e C e sífilis.
Em 2017, o país anfitrião do Dia Mundial do Dador de Sangue é o Vietname, o foco da campanha vai ser a doação de sangue em situações de crise e o slogan escolhido é o seguinte: “Não espere que o desastre ocorra. O que pode fazer? Dê sangue. Dê agora. Dê com frequência.”
Em Portugal, a entidade que regula e garante toda a actividade da medicina transfusional é o Instituto Português do Sangue e Transplantação (IPST), I.P., cabendo-lhe, entre outras funções, a promoção da dádiva de sangue, de células, tecidos e órgãos (procurando a autossuficiência nacional) e a garantia dos mais elevados padrões de qualidade e segurança de todo o processo.
O IPST disponibiliza na página da internet “Dador.pt” informação importante sobre o sangue e a sua doação, nomeadamente os locais em que se pode fazer uma dádiva.
O Dia Nacional do Dador de Sangue comemora–se em Portugal a 27 de Março, considerando o presidente do IPST que a melhor maneira de homenagear os dadores portugueses é aproveitar ao máximo e sem desperdícios o sangue doado.
Como o Atlas da Saúde comemorou este ano o Dia Nacional do Dador de Sangue com a publicação de um artigo científico da minha autoria sobre o sangue, a doação, os dadores, os receptores e os desafios actuais da hemoterapia, remeto para esse artigo quem estiver interessado em obter informação mais detalhada sobre esta área tão interessante que é a medicina transfusional.
Nunca é demais realçar que dar sangue faz bem e custa pouco!