Dia do Transplante celebra a dádiva que devolve a esperança de engravidar a muitas mulheres

‘Transplantes e Gravidez’ é, de resto, o tema em destaque nas celebrações, cuja cerimónia solene vai decorrer na Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE), dia 20 de julho, no Porto, a partir das 11h e vai contar com palestras de especialistas ilustradas pelos testemunhos de doentes e familiares de doentes que, graças ao transplante, puderam realizar o sonho de ter um filho.
“O transplante não tem que ser impedimento para a concretização do sonho de engravidar. Pelo contrário: esta é uma forma de devolver às mulheres que sofrem de insuficiência renal crónica a possibilidade de virem a ser mães”, refere Susana Sampaio, presidente da Sociedade Portuguesa de Transplantação (SPT). “E é para aumentar o conhecimento sobre este tema que este ano lhe decidimos dedicar o Dia do Transplante.”
De acordo com a especialista, “a fertilidade é mais reduzida nas mulheres que sofrem de insuficiência renal crónica - entre 0,3 a 1,5 gravidezes todos os anos, por cada cem mulheres em idade fértil e submetidas a hemodiálise. E ainda que continue a ser inferior ao verificado na população geral (10 gravidezes por cem mulheres/ano), este é um valor que sobe após o transplante (passa para 3,3 por cem mulheres/ano)”.
O aconselhamento por parte de um especialista é essencial durante todo o processo. Até porque a gravidez não deve acontecer logo após o transplante, existindo cuidados que importa não perder de vista, assim como riscos que devem ser monitorizados, havendo também medicamentos contraindicados durante o período de gestação.
O Dia do Transplante serve ainda outro propósito, o de “chamar a atenção da população, sensibilizando para a importância da transplantação”, para que o número de transplantes em Portugal possa continuar a aumentar.