DGS prepara resposta para eventual surto gripal mais violento
A Direcção-Geral da Saúde (DGS) apresenta hoje um “Plano de Prevenção e Resposta para o Outono/Inverno - Infecções Respiratórias” que sistematiza várias medidas com vista a uma resposta rápida e eficaz em caso de aumento de actividade gripal.
Segundo a subdirectora-geral da Saúde, Graça Freitas, este plano surge agora porque a actividade gripal começou há cerca de duas semanas, ainda com poucos casos, esperando-se agora o aparecimento das infecções respiratórias.
A existência de um vírus da gripe mais agressivo nos Estados Unidos está a deixar também a DGS em alerta e prevenção.
Não sendo novo, este plano que compila uma série de medidas extraordinárias já accionadas noutros anos em situações de actividades gripal mais intensa “está mais bem estruturado e com uma maior cooperação entre instituições”, explicou.
A novidade é a existência de recomendações para que haja altas hospitalares ao fim de semana, para disponibilizar camas necessárias e melhorar os serviços de urgência.
Com o mesmo objectivo de libertar camas, a DGS está também a apostar numa maior articulação com os serviços da segurança social para permitir a transferência para lares de pessoas que continuam internadas após as altas, por não terem quem as vá buscar.
Uma maior rotatividade das macas é uma das apostas no âmbito dos cuidados em ambulatório dos serviços de urgência, a par de um reforço das equipas e um aumento do número de espaços de atendimento.
Estas medidas serão activadas “num ano particularmente agressivo” em termos de actividade gripal e infecções respiratórias.
A existência de um vírus agressivo nos Estados Unidos não permite para já antecipar seguramente que chegue a Portugal, mas é o suficiente para colocar os serviços de saúde em prevenção e preparados para responder atempada e eficazmente, explicou a responsável.
“Não sabemos [se haverá este ano um surto mais violento], mas os dados dos Estados Unidos mostram-nos que o vírus [da gripe] que vai dominar é o H3N2, que é um vírus mais agressivo”, disse Graça Freitas.
O plano prevê ainda outras medidas, já utilizadas anteriormente, como o alargamento de horários da consulta aberta ou de recurso, com atendimento ao fim-de-semana e durante a noite, assim como o aumento do número de consultas para pedidos no próprio dia.
A DGS tem também preparada a “activação da reserva estratégica” de medicamentos específicos como o oseltamivir e o zanamivir endovenoso.