Dez condenadas por burla à ADSE
“Sabiam perfeitamente, até pela área em que trabalham, que a depilação a laser não é um ato médico”. Foi desta forma que a juíza do Tribunal de São João Novo, no Porto, condenou ontem nove funcionárias do Hospital de São João e uma médica de uma clínica particular por burla e falsificação de documentos, escreve o Correio da Manhã Online. No julgamento, ficou provado que faziam depilações como se de tratamentos dermatológicos se tratasse para obterem comparticipação da ADSE.
A médica da clínica privada onde o corpo clínico do São João fazia as depilações era a principal arguida. Quatro anos de pena suspensa foi a sentença aplicada à responsável pela Clínica do Pêlo, que estava acusada de 36 crimes de falsificação de documentos - por camuflar as depilações com tratamentos dermatológicos, de forma a obter a comparticipação da ADSE.
De um total de 12 funcionárias do hospital acusadas, apenas nove foram condenadas. Entre elas estão duas médicas e quatro enfermeiras, que agora terão de pagar milhares de euros de indemnização. O valor mais alto chega aos quatro mil euros.
As profissionais de saúde que foram absolvidas sofrem de hirsutismo - crescimento excessivo de pelos terminais nas mulheres. " Fez-se a justiça possível e mais adequada. Conseguimos provar que estes tratamentos não eram para fins estéticos, mas sim um ato médico", explicou Leonardo Azevedo, advogado de uma das enfermeiras absolvidas. O esquema fraudulento foi detectado após uma auditoria interna no Hospital de São João, no Porto.
Segundo o Correio da Manhã, a Ordem dos Médicos e a Ordem dos Enfermeiros abriram inquéritos internos para apurar os factos e a intervenção dos profissionais de saúde nos mesmos.