Em Almodôvar

Detectada bactéria legionella na rede de abastecimento de água

A bactéria legionella, que é conhecida por provocar a doença do legionário, foi localizada num reservatório de distribuição de água do concelho de Almodôvar. E não se sabe desde quando lá está.

Na sequência de análises efectuadas pela empresa Águas Públicas do Alentejo (APA), entidade responsável pelo abastecimento de água em alta, ao concelho de Almodôvar, foi confirmada a “presença de uma bactéria no reservatório da distribuição”, escreve o jornal Público na sua edição digital.

Confrontada com esta situação anómala, o município informou a população do concelho, através de edital publicado na sexta-feira, que tinha sido detectada a legionella, sem explicar qual a espécie referenciada das 24 que são conhecidas.

Nesta segunda-feira à tarde, a autarquia realizou na câmara municipal uma reunião pública, com a presença de um responsável da APA e da Autoridade Regional de Saúde, para esclarecer a população quanto aos cuidados a tomar para “evitar ou minorar” os riscos associados à inalação de partículas de água durante o banho com chuveiro, rega por aspersão, lavagem de automóveis, etc.

O município esclareceu as pessoas presentes que seria necessário proceder “semanalmente” à purga de toda a rede da residência e equipamentos, por exemplo (termoacumuladores, esquentadores, etc.) com a abertura de todas as válvulas e torneiras, “pelo período de 10 minutos”, para garantir a circulação da água e evitar a sua estagnação.

Os munícipes vão ter “rejeitar” a primeira água dos chuveiros, por um período “não inferior a dois minutos”, sempre que haja utilização e, mensalmente, terão de tratar os chuveiros em solução clorada “por um período não inferior a 24 horas”, advertiu a autarquia.

Entretanto, a APA já está a executar trabalhos de higienização e desinfecção dos reservatórios do Sistema de Abastecimento de Água de Almodôvar.

O Bloco de Esquerda (BE) acusa o executivo camarário “de leviandade” no tratamento da questão relacionada com a presença da bactéria e das suas implicações na segurança dos cidadãos, exigindo que seja explicado às pessoas quais os sintomas que a legionella provoca e quais as consequências na saúde individual. Ficou também por esclarecer, “desde quando a bactéria se encontra na rede pública”.

O teor do edital “remete para os utilizadores um conjunto de acções (rejeições de água) a tomar para evitar o contágio” e sem esclarecer se as medidas estão a ser tomadas por parte dos serviços camarários. Também não há informação alguma “sobre quem tomará a seu cargo os custos da utilização conforme preconizada nos procedimentos descritos” adiantou Filipe Santos, dirigente local do Bloco, frisando que os esclarecimentos sobre as consequências da presença da bactéria na rede pública de abastecimento “não chegaram a todos os munícipes”.

A exposição à bactéria legionella pode provocar uma infecção respiratória, conhecida por doença dos legionários. Transmite-se por inalação de gotículas de vapor de água contaminada, de dimensões tão pequenas que veiculam a bactéria para os pulmões, possibilitando a sua deposição nos alvéolos pulmonares. A legionella pneumophila, reconhecida como a mais patogénica, é uma das 24 espécies conhecidas.

A doença atinge em especial adultos, entre os 40 e 70 anos de idade, com maior incidência nos homens, um pormenor que particularmente relevante num concelho onde a população é maioritariamente idosa.

 

Fonte: 
Público Online
Nota: 
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