Destruição das florestas ameaça a espécie humana
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À semelhança de anos anteriores, concebe a sua mensagem da quadra natalícia em português e inglês, enviando-a a cientistas, jornalistas, amigos, universidades e outras instituições públicas e privadas de Portugal e outros países em todos os continentes.
“Se continuarmos a derrubar as florestas como temos vindo a fazer, a Terra será uma ‘ilha’ universal, desflorestada, sobreaquecida, poluída, repleta de lixo e sem população humana”, alerta o ambientalista, no cartão pessoal de “boas festas”.
Na sua mensagem natalícia, num postal de quatro páginas em que formula também votos de “próspero Ano Novo”, Jorge Paiva realça que a ilha de Páscoa, no oceano Pacífico, “esteve coberta por uma floresta subtropical antes da chegada dos polinésios”, 300 a 400 anos depois de Cristo.
“Esta floresta foi completamente devastada pelos rapanuios (populações nativas), o que praticamente provocou a extinção deste povo”, afirma, dando também o “exemplo mais recente” da devastação das árvores da Islândia.
Neste país insular do Atlântico Norte, “a floresta foi sendo derrubada, para construção de habitações e embarcações, produção de mobiliário e utensílios, bem como para lenha, acabando por desaparecer quase completamente”, subsistindo apenas “reduzidas relíquias da taíga natural”, em que predominam as coníferas.
Frisando que, por todo o mundo, as florestas são dizimadas “a um ritmo verdadeiramente alarmante e drástico”, Jorge Paiva salienta que, sobretudo nas zonas equatoriais, elas “são ecossistemas de elevadíssima biodiversidade”.
O cientista, de 83 anos, ilustra o seu postal de Natal e Ano Novo com duas fotos: uma da floresta tropical da sua terra natal, Quilombo dos Dembos, em Angola, que o próprio obteve em 2015, e outra de uma “sterculia africana”, uma árvore gigantesca, na localidade moçambicana de Pemba.