Saiba como tratar

Dermatite das fraldas

Atualizado: 
02/09/2014 - 15:39
A dermatite das fraldas é uma inflamação da pele, na zona habitualmente coberta pela fralda. Apresenta-se como uma vermelhidão ou eritema, que afecta as superfícies em contacto directo com a fralda e, por vezes, afecta também as pregas.
Dermatite das fraldas

A dermatite das fraldas, é a designação dada à condição inflamatória localizada na zona da pele do bebé que está em contacto com a fralda, abrangendo a região do períneo, nádegas, abdómen inferior e coxas. Constitui um dos problemas mais frequentes no bebé, durante o seu primeiro ano de vida. A incidência máxima ocorre entre os 6 e os 12 meses de idade.

Não se sabe ao certo quantos bebés sofrem deste incómodo, mas estima-se que atinja entre 25 a 65% das crianças, sendo que algumas parecem ser mais propensas que outras relativamente ao desenvolvimento destas dermatites. Este problema poderá representar um primeiro sinal de predisposição a problemas crónicos da pele. Isto porque, a pele da criança é fina, frágil, sensível, imatura e pouco protegida. É necessário assim ter em atenção os aspectos particulares da pele da criança, para prevenir e evitar os riscos ligados ao tratamento tópico neste grupo etário.

Habitualmente a dermatite das fraldas é causada pela humidade, a fricção e o contacto com irritantes químicos e biológicos, contidos na urina e nas fezes. No seu conjunto, estes agentes comprometem a barreira cutânea e tornam a pele vulnerável a agentes infecciosos oportunistas. Contudo, se prevenidas e/ou tratadas convenientemente, trata-se de uma condição que se resolve ao fim de 2 a 3 dias, sem complicações.

A prevenção e tratamento passam pelo uso de fraldas de tamanho adequado, super absorventes, que devem ser frequentemente mudadas. A limpeza cutânea deve ser suave, sem fricção e devem ser evitados produtos irritantes. O uso de emolientes ou pastas protectoras após cada muda de fralda, reduz a maceração e o contacto com irritantes e auxilia a cicatrização.

Sinais e Sintomas
O período crítico para a dermatite das fraldas, situa-se entre o primeiro e o sexto mês de via, sendo nesta fase que são requeridos cuidados redobrados.

De um modo geral, a dermatite das fraldas é caracterizada por manchas e lesões de coloração vermelha, por vezes brilhantes e com aspecto molhado. Nas peles negras estas manchas apresentam uma cor castanha escura ou púrpura.

Normalmente, ocorre nas áreas da pele em contacto directo com a fralda, sendo menos evidente nas pregas inguinais. Nos casos mais graves, a erupção pode mesmo alastrar para fora da zona da fralda.

Regra geral as lesões são evidentes e não originam qualquer dúvida quanto ao diagnóstico, no entanto, é importante a realização de um diagnóstico diferencial, de forma a distinguir a dermatite das fraldas de outras afecções da pele. Se a pele se tornar áspera e adquirir uma cor violácea, o estado é já mais avançado. Esteja atenta aos sinais.

Factores de risco
Além da agressão provocada pelas fraldas, outros elementos predispõem a criança para o surgimento da dermatite e que pode ser diferente de criança para criança. No entanto, os bebés com eczemas entre os 3 e os 6 meses apresentam maior grau de vulnerabilidade à ocorrência deste problema.

Sabe-se actualmente que o leite materno possui uma composição elevada em anticorpos que protegem o bebé de muitas maleitas. Por isso, a passagem para um outro tipo de alimentação enfraquece o sistema imunitário da criança e torna-a mais propensa a sofrer deste tipo de moléstia. Por outro lado, o período da dentição diminui igualmente a resistência do bebé a infecções e aumentam a vulnerabilidade relativamente a bactérias e fungos.

Complicações
Se a dermatite das fraldas persistir durante vários dias, a possibilidade de ter ocorrido candidíase é elevada, uma vez que a humidade e a temperatura na zona da fralda a tornam propícia ao desenvolvimento de fungos.

Por outro lado, uma dermatite das fraldas não tratada ou infectada pode evoluir para a maceração e exsudação, formação de pápulas, vesículas ou bolhas, erosão ou ulceração da pele, infecção do pénis ou vulva e infecção do tracto urinário, podendo mesmo ocorrer adesão ou cicatrização dos genitais.

A alteração do pH da pele pode despoletar o desenvolvimento de infecções oportunistas de origem bacteriana (Streptococcus ou Staphylococcus), fúngica (leveduras) ou viral (herpes simplex).

Tratamento
O tratamento da dermatite das fraldas envolve medidas não farmacológicas e farmacológicas.

Assim, deve mudar a fralda frequentemente, pelo menos 6 vezes por dia, de preferência após as refeições. Manter a criança o maior tempo possível sem fralda poderá ser benéfico, principalmente nas crianças que apresentem episódios repetidos de dermatite. Prefira o uso de fraldas descartáveis absorventes, transpiráveis e não oclusivas e se usar fraldas de pano, evite colocar coberturas de plástico sobre as fraldas. Na higiene prefira lavar a pele da zona da fralda só com água e não utilize sabonetes nem toalhitas de limpeza. Seque bem a pele antes de colocar a nova fralda.

Para complementar as medidas atrás referidas deve utilizar produtos de “barreira”, que protegem a pele e são considerados seguros e eficazes. Estes produtos funcionam como uma barreira física entre a pele e os irritantes externos, protegendo as superfícies cutâneas em processo de cicatrização.

Em caso de inflamação intensa consulte o pediatra ou dermatologista.

Fonte: 
Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia
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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
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