Dentes do siso
Estes dentes devem ser avaliados nas consultas de rotina, semestrais ou anuais, de modo a controlar a sua formação e erupção, pois só assim haverá uma correta avaliação do seu posicionamento e crescimento nas arcadas dentárias, prevenindo qualquer prejuízo dos restantes dentes. Em alguns casos estes dentes inclusos poderão nunca nascer, caso se encontrem impactados, isto é, quando alguma barreira (dente vizinho, osso ou quisto) impede o seu trajeto normal de erupção.
Estes dentes localizam-se numa zona posterior de difícil acesso à escovagem e fio dentário e, consequentemente, de maior acumulação de placa bacteriana, situação que pode levar ao aparecimento de lesões de cárie, inflamação gengival e inclusivamente de quistos, abcessos e infeções mais graves com consequências sistémicas. A dificuldade e ineficácia resultantes da falta de acesso aos dentes do siso, pode levar ao aparecimento de doenças de gengivas e consequente perda do osso de suporte não só dos dentes do siso como também dos dentes vizinhos. Em pacientes com predisposição para desenvolver doenças na gengiva (doenças periodontais) os dentes do siso devem ser extraídos por prevenção. Se houver falta de espaço na arcada dentária e mau posicionamento dos dentes, os dentes do siso têm indicação para extração, assim como quando os tratamentos de Ortodontia e de Reabilitação fixa com implantes o exigem.
Pensa-se que os dentes do siso estejam a desaparecer gradualmente da espécie humana - um sinal visível da evolução da espécie. Hoje, são cada vez mais as pessoas que já não têm sisos o que se atribui à falta do uso de dentes fortes para mastigar alimentos que gradualmente passaram de rijos e crus a moles e cozinhados.
Na maioria dos casos a extração é efetuada com anestesia local, sendo um procedimento indolor para o paciente. Posteriormente é ministrada uma medicação pós-operatória adequada a cada paciente. Nalguns casos, quando se verifica um posicionamento anormal dos dentes do siso (dentes ectópicos), ou tratando-se de pacientes extremamente ansiosos, pode-se optar por realizar o procedimento cirúrgico sob o efeito de anestesia geral. A dieta no dia da cirurgia e nos dias seguintes deverá ser fria, com alimentos moles e líquidos, sendo que é também fortemente aconselhável fazer gelo na face por vários períodos nas primeiras 48 horas pós-cirúrgicas.
As consultas regulares ao Médico Dentista são fundamentais para monitorização de toda a saúde oral e intervenção precoce, pois só assim podemos simplificar ao máximo eventuais intervenções cirúrgicas para extração dos dentes do siso, prevenindo-se complicações associadas à impactação e erupção atípica dos mesmos.