Deixar de fumar com ajuda médica permite maior controlo no aumento de peso
A promoção da cessação tabágica é a abordagem que pode permitir a redução do número de mortes por doenças associadas ao tabaco nos próximos anos.
Nas pessoas que querem deixar de fumar o ganho de peso é o principal motivo para não avançarem. Está demonstrado que os ex-fumadores ganham em média 4 a 5 kg após 1 ano. No entanto, note-se que, em média, os fumadores pesam menos 3 a 5 Kg do que os não fumadores. Isso acontece porque a nicotina presente no tabaco provoca um aumento no metabolismo basal em 5 a 10 por cento, promove uma maior oxidação lipídica e acarreta diminuição da ingestão energética. Após a abstinência, e com a ausência da nicotina, há uma queda no metabolismo para os valores normais.
Por outro lado, verifica-se ainda que os ex-fumadores aumentam a ingestão de alimentos, essencialmente de elevada carga energética e baixo valor nutricional, como procura do prazer, em substituição do tabaco. Tanto os alimentos, principalmente os ricos em gordura e açúcares, como a nicotina, levam à libertação de substâncias idênticas com ação no cérebro, tais como a serotonina e a dopamina, que proporcionam uma sensação de prazer e recompensa. Assim, quando se deixa de fumar, os alimentos podem ser usados também como um substituto do ato de fumar.
Recomenda-se assim que deixar de fumar deve ser acompanhado de apoio de uma equipa multidisciplinar, para que possa ser feito um maior controlo de todas as situações novas que a pessoa terá de experienciar. É aconselhado que durante os primeiros 3 meses de cessação, período normal do aparecimento dos sintomas de abstinência, o fumador se concentre na cessação tabágica e não no controlo do peso. Os benefícios para a saúde decorrentes da cessação tabágica excedem quaisquer outros riscos associados ao aumento médio de 4 a 5 kg ou outros efeitos psicológicos que possam surgir depois da cessação.