Dedo com 90.000 anos descoberto na Arábia Saudita explica nova teoria sobre o Homo sapiens
O osso do dedo fossilizado foi descoberto no deserto de Nefud e o trabalho dos investigadores foi publicado na revista científica Nature Ecology and Evolution.
Segundo o estudo, este é o vestígio de Homo sapiens mais antigo já descoberto fora de África.
O osso foi encontrado junto de fósseis de outros animais e ferramentas de pedra, num local que hoje é deserto mas que deve ter sido um lago de água doce rodeado por vegetação, escreve o Sapo.
Antes desta descoberta, considerava-se que a migração dos Homo sapiens para fora de África e em direção à Eurásia não tinha ido tão longe, ficando-se pelas florestas do Levante.
“É importante reconhecer que não existiu uma única e rápida onda migratória para fora de África. O que defendemos é que existiram múltiplas expansões e a colonização da Eurásia foi bem mais complexa do que nos dizem os livros da escola”, explicou Michael Petraglia, arqueólogo na Universidade de Oxford, no Reino Unido, e um dos autores do artigo, durante a conferência de imprensa organizada pela revista Nature sobre o estudo.
"Esta descoberta mostra conclusivamente pela primeira vez que os membros mais antigos da nossa espécie colonizaram uma região extensa do sudoeste asiático e não se limitaram ao Levante", afirmou Huw Groucutt, da Universidade de Oxford e do Instituto Max Planck para a Ciência da História Humana.
Encontrado em 2016
O fóssil foi encontrado em 2016, à superfície da terra, no sítio arqueológico que era estudado por esta equipa internacional de cientistas desde 2014.
Foi Iyad Zalmout, investigador no Departamento de Paleontologia da instituição responsável pelo levantamento geológico na Arábia Saudita que viu o pequeno osso, durante uma caminhada.
"Imediatamente percebeu que era um osso humano", acrescentou, adiantando que não foi encontrada mais nenhuma parte do corpo deste indivíduo.