Encontro no Porto

Debate sobre resultados "promissores" do projeto "STOP Infeção Hospitalar"

Duas centenas de profissionais de saúde reúnem-se na sexta-feira, no Porto, para debater os primeiros resultados “promissores” do Desafio Gulbenkian “STOP Infeção Hospitalar” que arrancou no final de 2015 com o objetivo de reduzir em 50% as infeções hospitalares.

“Os resultados obtidos até ao momento são promissores e estão a evoluir como esperado, havendo, no entanto, espaço para otimizar e tornar sustentáveis as melhorias alcançadas”, disse à agência Lusa fonte da Fundação Gulbenkian, considerando, contudo, “ser ainda cedo” para quantificar esses resultados.

No encontro, que se realiza sexta-feira e sábado, na Alfândega do Porto, e que deverá contar com uma intervenção do ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, os cerca 210 profissionais irão trocar experiências entre si, "num ambiente de aprendizagem conjunta onde irão partilhar resultados e melhorias, com o acompanhamento de seis peritos internacionais".

O Desafio Gulbenkian “STOP Infeção Hospitalar” teve início em outubro do ano passado com o objetivo de reduzir, em três anos, a taxa de infeções (infeção nosocomial da corrente sanguínea associada a cateter vascular central; infeção urinária associada a algaliação; pneumonia associada a intubação e infeção do local cirúrgico em cirurgia de prótese da anca, prótese do joelho, cirurgia cólon-reto e vesícula), em 50%, num grupo de 12 centros e unidades locais de saúde, diminuindo mortalidade, morbilidade, tempos de internamento e custos globais.

Recorrendo a uma metodologia colaborativa (breakthrough collaborative) e assente no modelo de melhoria contínua PDSA (Plan-Do-Study-Act), as dinâmicas desenvolvidas no âmbito deste projeto têm-se baseado na adoção de um pacote de boas práticas (em alinhamento com as recomendações e diretrizes do Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos, da Direção-Geral da Saúde e do Ministério da Saúde), e nas medições sistemáticas e monitorização contínua dos resultados.

Paralelamente, é também objetivo desta metodologia “dotar estes 210 profissionais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) de conhecimentos ao nível da ciência de implementação e reforçar a importância da liderança neste tipo de iniciativa”, explica a Fundação Gulbenkian, em comunicado.

Este desafio, cujo horizonte temporal é de três anos, pressupõe que no final deste período os 12 centros e unidades locais de saúde envolvidos se tornem precursores de uma metodologia e que possam “contagiar” outros hospitais em Portugal.

A Gulbenkian salienta que este grupo de 12 centros e unidades locais de saúde integra quase duas dezenas de hospitais do SNS responsáveis por cerca de 25% a 30% do internamento hospitalar no SNS em 2014 (de acordo com dados da Administração Central do Sistema de Saúde de 2015), o que permite perspetivar o impacto que esta iniciativa terá em termos nacionais.

No grupo de centros e unidades locais de saúde que participam no Desafio Gulbenkian “STOP Infeção Hospitalar” inclui-se a Unidade Local de Saúde do Nordeste, a Unidade Local de Saúde de Matosinhos, o Hospital de Braga, o Hospital Sra. da Oliveira (Guimarães), o Centro Hospitalar de S. João, o Instituto Português de Oncologia do Porto, o Centro Hospitalar de Cova da Beira, o Centro Hospitalar de Lisboa Norte, o Centro Hospitalar de Lisboa Central, o Centro Hospitalar de Barreiro-Montijo, a Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo e o Serviço de Saúde da Região Autónoma da Madeira.

Fonte: 
LUSA
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Foto: 
ShutterStock