Cura para a diabetes tipo 1 pode vir de Espanha
Segundo o El País, foram precisos vários anos para desenvolver a molécula ou recetor molecular capaz de regenerar as células produtoras de insulina está a ser desenvolvida por uma equipa de investigadores espanhóis, com resultados comprovados em ratinhos e em culturas de células humanas. Daqui pode sair o primeiro medicamento capaz de reverter os sintomas e as causas da doença, escreve a SIC Notícias.
A diabetes tipo 1 é uma condição autoimune que destrói as células do pâncreas responsáveis pela produção, armazenamento e secreção da insulina. A insuficiência de insulina no organismo é o que obriga às injeções permanentes de insulina nos diabéticos.
Curar a diabetes exige, por isso, duas coisas: travar a destruição das células que causa da doença e produzir substituir as células que deixam de funcionar no pâncreas.
O novo composto químico conhecido por BL001 já está patenteado, enquanto continua a ser desenvolvido pela equipa multidisciplinar no Centro Andaluz de Biologia Molecular e Medicina Regenerativa (Cabimer), de Sevilha.
Os testes laboratoriais são encorajadores tanto com ratinhos como com células humanas de culturas do tecido do pâncreas, doadas por famílias de pessoas falecidas e os resultados já foram publicados pela Nature Communications.
Mas daqui até ter uma nova droga que cure a doença serão precisos vários e anos e milhões de euros.
A investigação recebeu financiamento público espanhola e apoios da associações de pais Juvenile Diabetes Research Foundation, de Nova York (EUA), e da DiabetesCERO, da Espanha.
Desenvolver um medicamento do laboratório até o paciente custa cerca de 20 milhões de euros. Nós já gastamos três milhões. Se você me der 17 milhões amanhã, daqui a alguns anos, se tudo der certo, já estaria no mercado” afirma Benoit Gauthier, o principal pesquisador do Cabimer ao diário espanhol El Pais.
Para além de tudo o que implica desenvolver uma nova droga, é preciso ainda definir a forma e as eficácias. A equipa está, neste momento, a tentar perceber os limites de toxicidade e de eficácia, para definir a composição e a forma da nova droga: se seria em comprimido ou numa injeção, à semelhança do que já acontece com as injeções de insulina. Os cientistas apontam para o objetivo mais ambicioso: encontrar a cura para a diabetes tipo 1 e não apenas mais um tratamento para uma doença crónica.
“As empresas farmacêuticas prefeririam uma pílula que os pacientes tivessem de tomar pelo resto da vida, mas o meu desejo é que se possa reeducar o sistema imunológico”, conclui Gauthier.
O diabetes tipo 1 ocorre em cerca de 5 a 10% dos pacientes com diabetes. Os portadores de diabetes tipo 1 necessitam injeções diárias de insulina para manterem a glicose no sangue em valores normais e há risco de vida se as doses de insulina não são dadas diariamente. O diabetes tipo 1, embora ocorra em qualquer idade, é mais comum ser diagnosticado em crianças, adolescentes ou adultos jovens.