Associação de Apoio aos Doentes com Leucemia e Linfoma

Criado plano de ação para ajudar doentes com cancros de sangue

A Associação de Apoio aos Doentes com Leucemia e Linfoma realiza na quarta-feira no Porto uma conferência sobre “A dor e os cancros de sangue” da qual resultará “um plano de ação” para encaminhar e ajudar estes doentes.

Em declarações, a hematologista e presidente da Associação de Apoio aos Doentes com Leucemia e Linfoma (ADL), Fátima Ferreira, disse que o objetivo deste plano de ação é ajudar os doentes “que se sentem perdidos com os seus medos, que se sentem angustiados, que não são capazes de falar com o médico, porque não querem tomar medicamentos com receio de ficarem dependentes e dos efeitos laterais”.

“Vamos desmistificar isso, dizendo-lhes que há muitas opções, muitas vezes é preciso antecipar aquilo que vão ser os feitos laterais para que os doentes possam aderir à terapêutica, e falar de coisas muito básicas, como por exemplo, quando a pessoa tem dor o melhor é não esperar e tratá-la antes de entrar na fase pior, porque aí a medicação já não vai atuar como deveria”, frisou.

Segundo a especialista, “em 90% dos casos pode-se controlar a dor, depois há uma parte ínfima de situações muito particulares que é mais difícil, mas que, mesmo nessas situações, os doentes não podem perder a esperança porque há técnica e locais a que podem recorrer”.

Fátima Ferreira alertou ainda para a necessidade de informar os doentes oncológicos de que muitos medicamentos são fornecidos gratuitamente nos hospitais.

“Muitas vezes há doentes que não tem recursos económicos para comprar os medicamentos, mas muitos desses medicamentos são fornecidos gratuitamente aos doentes oncológicos e é preciso que eles saibam disso e que os reivindiquem. Este é um aspeto que muitas vezes é desconhecido pelo médico que segue o doente”, acrescentou.

A presidente da ADL salientou a existência de “legislação que já os beneficia em relação aos custos de medicamentos na dor oncológica”.

“O que não faz sentido é ficar com dor, angustiado, sozinho e deprimido, à espera que a dor passe. Não deve ser assim”, frisou.

Segundo a especialista, é cada vez maior o número de doentes hemato-oncológicos (com cancros do sangue: leucemias, linfomas, mielomas e outros) que ultrapassa a fase aguda da doença e consegue que a situação evolua para a cronicidade atingindo um patamar de “normalidade” na sua vida pessoal, profissional e familiar.

O tratamento da dor e sofrimento crónicos associados ao cancro “requerem equipas médicas multidisciplinares com conhecimentos teóricos e práticos em diferentes áreas (oncologia, hemato-oncologia no caso dos cancros do sangue, anestesia, cuidados paliativos e psiquiatria) que trabalhem em conjunto com enfermeiros, psicólogos e assistentes sociais para a melhoria da qualidade de vida do doente”, salientou.

Referiu também a existência de terapias complementares (alternativas) que podem ajudar a controlar a dor e o sofrimento das pessoas com cancro nomeadamente a osteopatia, acupuntura e o Reiki.

A conferência “A Dor e os cancros do sangue” vai realizar-se quarta-feira à tarde no Auditório do Centro de Investigação Médica da Faculdade Medicina da Universidade do Porto, com entrada livre e gratuita.

Fonte: 
LUSA
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.