Ordem dos Enfermeiros diz:

Criação de director-geral de enfermagem não resolve problemas

O bastonário da Ordem dos Enfermeiros considera que a criação de um director-geral de enfermagem, proposto por uma comissão de peritos, não resolve qualquer problema e colide com a figura do “Chief Nursing Officer”, que já existe em Portugal.

Germano Couto reagia, desta forma, a uma das propostas da comissão da Plataforma Gulbenkian para um Sistema de Saúde Sustentável, composta por especialistas e presidida por Nigel Crisp, que liderou o serviço nacional de saúde britânico (NHS), que elaborou um relatório em que defende a promoção do “estatuto dos enfermeiros” através da nomeação de um director-geral de enfermagem.

“A criação de um Director-Geral de Enfermagem não nos parece que resolva qualquer problema, sendo que irá colidir com a figura do Chief Nursing Officer, que já existe em Portugal e é assumida pelo Enfermeiro Sérgio Gomes, sediado na Direcção-Geral da Saúde”.

“O que é necessário é uma política que assuma a intenção de aproveitar os recursos humanos especializados existentes em Portugal, dar-lhes enquadramento e instrumentos necessários para que criem valor para o cidadão”, afirmou.

A nomeação de um director-geral de enfermagem que vise o reforço do papel destes profissionais é uma das recomendações do grupo de peritos, que identificou um “subaproveitamento das capacidades da enfermagem” em Portugal.

Segundo a proposta da comissão, a medida deverá reforçar o papel destes profissionais, tendo em conta que em Portugal “a enfermagem está relativamente subaproveitada nas suas capacidades relativamente ao que ocorre noutros países europeus, pelo que os profissionais de enfermagem poderão desempenhar funções mais amplas e mais proeminentes no futuro”.

No relatório, que será apresentado terça-feira em Lisboa, os peritos defendem o aumento do número de enfermeiros, “tanto quanto o orçamento permita”.

“No seguimento da introdução da nova figura de 'enfermeiro de família', deverá também haver uma reflexão sobre o alargamento do papel dos enfermeiros e de outros profissionais em outras áreas”, prossegue o documento.

A Ordem dos Enfermeiros manifesta-se “sempre disponível para ajudar a construir alternativas de sucesso nesta área” e apresenta-se como “um canal privilegiado nas definições políticas em saúde", considerando que, infelizmente, os últimos Governos e os últimos ministérios da Saúde não têm a sabido aproveitar em todo o seu potencial.

 

Fonte: 
LUSA
Nota: 
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