Em Portugal

Cooperativa na área do Autismo anuncia três programas pioneiros

A cooperativa de solidariedade social Focus anunciou que irá introduzir em Portugal novas metodologias interventivas na área do Autismo, para assegurar "melhor resposta" às necessidades dessa população no percurso entre o ensino pré-escolar e a colocação profissional.

Em declarações, o presidente da instituição, Fernando Barbosa, assegura que em causa estão "três programas que são pioneiros em Portugal", mas cujos "resultados científicos já foram comprovados por diferentes entidades internacionais", agora parceiras da cooperativa.

"Um programa destina-se a acompanhar com conteúdos próprios todo o percurso educativo da criança com autismo logo a partir do ensino pré-escolar", anuncia Fernando Barbosa. "Outro vai promover as competências sociais de pessoas que sofram dessa perturbação ou tenham problemas de hiperatividade, défice de atenção ou depressão. E o terceiro é um modelo inovador e sustentável de empregabilidade, com evidências científicas de sucesso no que se refere à colocação profissional destes cidadãos", completa.

Em suma, acrescenta, "são três programas que visam dar uma melhor resposta às necessidades da pessoa com autismo ao longo da vida, desde que se inicia o seu percurso no ensino formal até à sua colocação no meio profissional".

O primeiro dos programas em causa é o "Star & Links Curriculum", que a Focus começará por adotar junto dos seus utentes e espera depois implementar como projeto-piloto em escolas de Vale de Cambra. Sob a coordenação internacional da companhia Star Autism Support, o plano visa proporcionar a professores "as necessárias ferramentas, métodos e materiais para ensinar e avaliar os estudantes com Autismo, preparando-os para o sucesso académico".

Realçando que esses currículos "já estão implementados em 2.500 distritos escolares de 50 estados dos EUA e em mais de 25 países a nível mundial", Fernando Barbosa antecipa: "Acreditamos que o programa constituirá uma resposta efetiva e de qualidade para ajudar pessoas com perturbações do autismo, aumentando a sua qualidade de vida e minimizando os custos para as famílias e para a sociedade em geral".

A segunda inovação anunciada pela Focus é o "PEERS", que o presidente da cooperativa descreve como "o único programa com evidências científicas na promoção das competências sociais de cidadãos com autismo ou afetados por hiperatividade, défice de atenção, ansiedade, depressão e outros desafios sociais".

O método foi desenvolvido pelo UCLA Semel Institute de Los Angeles e será implementado em Portugal pela norte-americana Elizabeth Laugeson, que supervisionará a formação e certificação internacional dos profissionais de saúde mental que trabalham com jovens nessas circunstâncias.

Quanto à terceira novidade anunciada pela cooperativa, Fernando Barbosa não revela ainda o nome do programa, mas adianta que em causa está "um dos poucos a nível internacional com resultados científicos comprovados na promoção da empregabilidade de pessoas com autismo e outras deficiências".

O objetivo é envolver diversas empresas portuguesas na adoção de um" modelo internacional e bem-sucedido" de empregabilidade para pessoas com autismo e outras perturbações. "O primeiro estudo realizado para testar a eficácia deste programa mostrou que 87% dos participantes ficaram colocados em postos de trabalho que tradicionalmente não são considerados como adequados para pessoas com perturbações do desenvolvimento", revela.

Nesta fase, a Focus ainda está a contactar empresas e famílias que pretendam envolver-se no projeto, mas Fernando Barbosa indica já três setores em que a prestação de um colaborador autista pode revelar-se mais útil do que a de um cidadão dito normal: unidades hospitalares (pelo rigor exigido na limpeza e manutenção de instrumentos cirúrgicos), universidades (pela concentração necessária em tarefas administrativas monótonas) e logística (pela atenção e detalhe exigidos ao cumprimento de sequências rotineiras de produtos ou procedimentos).

Fonte: 
LUSA
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Foto: 
ShutterStock