Conviver com a Síndrome do Cólon Irritável
É uma das afecções mais comuns do tubo digestivo e uma das principais causas de consulta, quer junto dos médicos de família, quer junto dos especialistas. A Síndrome do Cólon Irritável, também conhecida por intestino irritável ou espástico, é uma doença crónica que afeta o intestino, apresentando sintomas ao nível do cólon.
Embora seja mais frequente nas mulheres, não se sabe ao certo o que a pode provocar. Admite-se, no entanto, que ela possa resultar de uma combinação de problemas físicos e mentais.
Especialistas referem haver uma maior sensibilidade da inervação do intestino à distensão da sua parede por gases, fezes, alimentos ou medicamentos que condiciona o aparecimento dos sintomas.
Quer isto dizer que há uma excessiva irritabilidade dos mecanismos nervosos locais, ao nível do cólon, que leva a alterações do trânsito intestinal, ao desconforto e à dor, mediantes a presença de determinados estímulos.
Ansiedade ou depressão (um estudo demonstrou que 85 por cento dos doentes haviam passado por alguma tensão emocional antes de surgirem os sintomas), fatores genéticos, sensibilidade a alguns alimentos, alterações da mobilidade intestinal ou hipersensibilidade intestinal são algumas das causas possíveis.
Os sintomas mais comuns são a dor ou desconforto abdominal, diarreia e obstipação.
De acordo com os especialistas, estes sintomas ocorrem, com frequência, após as refeições graças ao refluxo gastrocólico (aumento do movimento do conteúdo intestinal em resposta à entrada dos alimentos no estômago).
Também a dor abdominal pode-se agravar depois da ingestão de alimentos e alivia com a defecação ou emissão de gases. Esta dor atinge a parte inferior do abdómen e surge associada a alterações da consistência ou da frequência das fezes – diarreia (três ou mais vezes por dia) ou obstipação (com três ou menos evacuações por semana de fezes duras).
A esta Síndrome podem ainda estar associados sintomas como a sensação de evacuação incompleta, presença de muco nas fezes e flatulência.
Falta de apetite, náuseas, vómitos ocasionais, dores de cabeça e debilidade geral são consequências diretas.
Sendo uma doença sem cura, o tratamento visa apenas o alívio ou eliminação dos sintomas, e difere de pessoa para pessoa.
De um modo geral, é necessário algum cuidado com a alimentação privilegiando alimentos pobres em gorduras e ricos em hidratos de carbono e fibras, como a massa, arroz, cereais, frutas e vegetais.
Alimentos ricos em gorduras, leite e seus derivados, café, álcool, doces e comida bastante condimentada devem-se evitar.
Reduzir o stress no dia-a-dia, quer nível pessoal ou profissional, e praticar exercício físico é altamente aconselhado.
Quanto à terapêutica medicamentosa, cabe ao médico assistente aconselhar a que melhor se adequa a cada caso.