Estudos reforçam benefícios

Consumo de chá diminui pressão arterial e risco de doenças cardiovasculares

Uma dose média de 4 a 5 chávenas de chá por dia poderá contribuir significativamente para um estilo de vida mais saudável, diminuindo progressivamente os níveis de colesterol e pressão arterial, revelam resultados de estudos.

Dois recentes estudos (meta-análises) comprovam que o chá verde e chá preto detêm propriedades capazes de melhorar a pressão arterial bem como reduzir os níveis de colesterol total e LDL (conhecido como “mau colesterol”). Na data em que se assinala o Dia Mundial do Coração, e sendo Portugal um país que tem dado um contributo positivo para o aumento do consumo de chá”, o destaque incide sobre o papel que as propriedades desta bebida podem assumir no combate a algumas das principais causas de morte em todo o mundo.

Neste contexto, os autores das duas recentes publicações conduziram duas meta-análises de evidências disponíveis no que diz respeito aos efeitos do chá verde e preto nos níveis de pressão arterial. Como resultados secundários, foram também observadas alterações nos níveis de colesterol total, lipoproteínas de alta e baixa densidade (HDL e LDL), triglicéridos (TG), níveis de glicémia e índice de massa corporal (IMC).

Na meta-análise referente aos efeitos do chá verde, foram realizados treze estudos aleatórios, correspondendo a 1040 participantes. Neste contexto, concluiu-se que o consumo de chá verde diminui a pressão arterial sistólica (máxima) e diastólica (mínima) em aproximadamente 2 mmHg. Em simultâneo, concluiu-se que a diminuição da pressão arterial foi superior em individuos cujos valores de pressão arterial sistólica foram iguais ou superiores a 130 mmHg (já apresentavam pressão arterial ligeiramente elevada).

Em simultâneo, as conclusões da meta-análise desenvolvida a partir de onze estudos de intervenção, incluindo 378 individuos, evidenciaram que, no geral, uma dose média de 4 a 5 chávenas de chá preto por dia, resulta numa redução estatisticamente significativa de 1.8mmHg na pressão arterial sistólica e 1.3 mmHg na diastólica. O efeito do chá preto foi também, observado em indivíduos que tinham uma pressão arterial mais elevada.

Resultados de estudos epidemiológicos evidenciam uma associação entre o consumo de chá preto e de chá verde e o risco reduzido de desenvolver doenças cardiovasculares, concretamente enfartes. A hipertensão é um dos principais riscos no desenvolvimento destas doenças, tendo sido considerada a hipótese do efeito de redução da pressão arterial, causada pelos flavonoides encontrados no chá, poder representar um dos mecanismos responsáveis por esta associação.

Os autores concluíram que, não obstante a baixa redução na pressão arterial verificada nestas meta-análises, a mais pequena redução assume uma relevância considerável a nível populacional, podendo contribuir para reduções substanciais do risco de doenças cardiovasculares, ainda mais pelo facto do chá ser a bebida com maior consumo global a seguir à agua, podendo, por essa razão, aportar alterações consideráveis para a saúde pública.

Conhecido há mais de 5 mil anos, o chá desde sempre despertou curiosidade, assumindo hoje um papel importante na alimentação. A bebida mais consumida a nível mundial, logo a seguir à água, o chá é 100% natural, isento de calorias, excelente fonte de fluor, sendo hoje em dia, fortemente associado a estilos de vida saudáveis.

“O chá é uma excelente fonte de substâncias com propriedades antioxidantes, com uma presença destacada de flavonoides na sua composição. A temática dos flavonoides está cada vez mais na ordem do dia e hoje sabemos que os compostos presentes no chá têm uma elevada biodisponibilidade. Estes efeitos cativaram a comunidade científica e tem surgido em todo o mundo vários estudos epidemiológicos que evidenciam a relação positiva entre o consumo de chá e uma menor prevalência de algumas doenças degenerativas, como as cardiovasculares e alguns tipos de cancro.” Defende Helena Cid, nutricionista envolvida em diversos estudos em torno dos benefícios do chá para a saúde.

As duas referidas publicações resultam de uma colaboração entre a Radboud University Nijmegen Medical Centre, o German Centre for Cardiovascular Research e o Lipton Institute of Tea.

 

Fonte: 
Pure Ativism
Nota: 
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