Congresso de Neurologia 2016
O Congresso de Neurologia de 2016 que irá realizar-se de 24 a 26 de novembro, no Sana Lisboa Hotel, é subordinado ao tema “Neurologia e a Sociedade” e reunirá cerca de 400 especialistas. Este ano dar-se-á especial atenção à perspetiva dos próprios doentes, que estarão representados através da participação de várias associações. A nível nacional apesar de todos os constrangimentos financeiros que se têm vivido, Portugal está na linha da frente da neurologia, sendo que os doentes têm acesso aos melhores tratamentos e profissionais. Este congresso terá a participação de vários personalidades científicas de vários países nomeadamente: Mário Siebler especialista suíço em patologia vascular cerebral, Joel Akri responsável pela rede de assistência aos doentes de Alzheimer em França.
Principais temas em destaque:
24 de novembro (Quinta-feira):
14:30h às 16:00h – Epilepsia
Com uma prevalência de 5 doentes por 1000 habitantes estima-se que existam em Portugal 50.000 pessoas que sofrem de epilepsia. Como a incidência de novos casos é de 50 por 100.000 habitantes em cada ano, temos cerca de 5.000 novos casos a surgir em cada ano. Destes cerca de 70% respondem à terapêutica médica enquanto que os outros 30% são farmacorresistentes. Estes últimos doentes (cerca de 1500 em cada ano) necessitam de ser referenciados a um centro de referência de epilepsia onde possam ser devidamente estudados e ponderadas as diferentes hipóteses de tratamento, nomeadamente cirúrgico. Estudos realizados em outros países fazer pressupor uma deficiente referenciação de doentes.
17:30h às 18:30h – Sessão Inaugural
Cuidados Continuados e Paliativos em Neurologia – Isabel Galriça Neto
É fundamental que os neurologistas estejam bem preparados para esta realidade, tendo em conta o número de doentes com que se deparam diariamente em situações crónicas e irreversíveis. No âmbito das doenças neurológicas degenerativas, existem algumas que causam um impacto elevado junto do doente, da família e dos serviços de saúde. É fundamental reconhecer a população com necessidade destes cuidados no âmbito da Neurologia.
25 de novembro (Sexta-feira):
09:15h às 10:30h – Demências
O vice-presidente do Plan National de Maladies Dégéneratives, Prof. Joel Ankri, gentilmente aceitou o convite para participar. O tema da sua conferência será Evolution of French national plans and the challenges of the new plan on Neurodegenerative diseases. Conto que o Prof. Joel Ankri nos transmitirá a sua experiência sobre o plano prévio sobre doença de Alzheimer e doenças relacionadas, e os ensinamentos transpostos para o novo plano mais abrangente que agora se inicia. A Discussão terá a participação de vários especialistas portugueses, a Senhora Enf. Graça Melo, professora na Escola de Enfermagem de Lisboa, a Senhora Dra. Rosário Zincke, ex-presidente da Associação de Alzheimer nacional e membro da Alzheimer Europe, e o Dr. António Leuschner, psiquiatra e presidente do Conselho Nacional de Saúde Mental.
26 de novembro (Sábado)
15:30h às 17:00h – Está o SNS preparado para tratar a Doença de Parkinson?
A abordagem terapêutica da Doença de Parkinson tem evoluído nos últimos anos. Têm ganho maior relevância os aspetos relacionados com os problemas clínicos não motores (ex. alterações cognitivas, fadiga, alterações urinárias, dor, etc.) a par de abordagens terapêuticas tendencialmente “mais” multidisciplinares e integradas.
Incluem-se nestas novas abordagens terapêuticas, intervenções invasivas como a cirurgia de estimulação cerebral profunda e a duodopa. É também crescente o benefício do apoio de outras especialidades como a neurologia, a dermatologia, a psiquiatria, a neurorradiologia, entre outras. Neste momento é quase mandatório incluir o exercício e a reabilitação mesmo em fases iniciais da doença. De igual forma é fundamental valorizar a intervenção de índole social nas fases tardias.
Esta mudança vem colocar uma nova pressão sobre os vários parceiros que intervêm nesta área. Desta forma, vários palestrantes envolvidos nesta temática foram desafiados a partilharem como consideram que as instituições que coordenam ou as suas áreas de interesse olham para esta problemática e novo desafio.
O objetivo é ficar a saber de que forma os hospitais antecipam e se estão a adaptar (ou não) para a mudança de formato de cuidados na Doença de Parkinson (como modelo de Doença Neurodegenerativa)? Qual o papel que deve ser assumido pelas Sociedades Científicas? Qual o papel a desempenhar pelos doentes e as suas associações? Como poderemos lidar com a pressão gerada pelas ansiadas terapêuticas inovadoras, modificadoras da progressão da doença e “caras”? Será que ainda faz sentido prescrever fisioterapia com um número limitado de sessões, quando a melhor evidência suporta a importância de uma abordagem continuada, mais precoce e mais intensa?
Pode consultar todas as informações na página do evento, em http://www.spneurologia.com/index.php?option=com_content&view=article&id=431:congresso-de-neurologia-2016&catid=75:eventos-nacionais&Itemid=97.