Durante três dias, Albufeira recebe o XXIX Congresso de Pneumologia, que contará com a presença de mais de 700 especialistas nacionais e internacionais. “Novos caminhos para a Pneumologia em Portugal” é o mote daquele que é considerado o principal Fórum de discussão da saúde respiratória nacional.

Temas como a Asma Brônquica, Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) e Cancro do Pulmão estarão durante três dias no centro de um debate multidisciplinar que não esquece as políticas de referenciação e prevenção da doença respiratória, que afecta mais de um milhão de Portugueses.

Atendendo aos objectivos definidos pelo Programa Nacional de Doenças Respiratórias, a Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP) procura, através de um debate multidisciplinar, criar bases de discussão para a construção de uma estratégia de combate e prevenção da doença respiratória, apontando para tal a importância de um maior envolvimento da Rede dos Cuidados de Saúde Primária, no combate ao tabagismo. Segundo Carlos Robalo Cordeiro, presidente da SPP, “este é um dos aspectos mais importantes no combate às doenças respiratórias e à sua referenciação. É fundamental promover um maior envolvimento dos Médicos de Família, os quais devem ter a capacidade de efectuar o diagnóstico precoce de patologias respiratórias de elevado impacto na qualidade de vida dos doentes, como é o caso da DPOC e da Asma Brônquica”.

Apesar deste ser um encontro inicialmente criado em torno do universo da Pneumologia, as relações institucionais com outras especialidades têm-se revelado uma mais-valia. Trata-se de uma aposta que surge como forma de dar resposta a um problema que é cada vez mais transversal. Para debater a temática “Onde está o doente com DPOC” estará presente a Sociedade Portuguesa de Cardiologia e a Associação de Medicina Geral e Familiar. “A DPOC tem hoje um elevado impacto na vida dos doentes que vai para além do foro da Pneumologia. As implicações acabam muitas vezes por surgir ao nível das doenças cardíacas, metabólicas, psiquiátricas e outras” acrescenta o presidente, relembrando que “esta é uma doença cuja prevalência em Portugal se situa nos 14,2% da população com mais de 40 anos e, de acordo com a projecção do Global Burden of Disease Study, um projecto da OMS, a DPOC será a quinta causa de incapacidade em 2030”.

Uma das outras doenças com especial destaque será a Asma Brônquica que “continua a ser uma doença respiratória com um impacto significativo e com uma crescente prevalência não só nas populações mais jovens como em idosos”. A asma brônquica constitui um importante problema de saúde cuja prevalência e gravidade se tem acentuado nas últimas décadas. A nível mundial, a asma é uma das doenças crónicas mais frequentes, afectando cerca de 300 milhões de pessoas em todo o mundo. As projecções mundiais para 2025 estimam um aumento de mais 100 milhões de asmáticos. Em Portugal os números apontam para uma prevalência de asma de cerca de 10%, pelo que esta doença afecta aproximadamente 1 milhão de portugueses.

A tão aguardada vacina para o Cancro do Pulmão será também abordada através de um painel l que abordará novas possibilidades de prevenção no Cancro do Pulmão. Os cerca de 4000 novos casos de cancro do pulmão que todos os anos surgem em Portugal continuam a ser um dos motivos para que este tema permaneça na base da discussão do combate ao tabagismo, que representa 80% da causa directa desta doença.

Considerado já o maior Fórum de discussão nacional em torno das doenças respiratórias, este é um encontro que reúne, de 25 a 27 de Outubro, em Albufeira, mais de 700 profissionais de saúde nacionais e internacionais para participar num programa baseado em duas Conferências, cinco Mesas Redondas, nove “Revista das Revistas”, duas Sessões Institucionais, sete Simpósios, oito Sessões da responsabilidade de Comissões de Trabalho e 220 apresentações (o que constitui um número recorde de comunicações livres), distribuídas por oito Sessões de Comunicações Orais e oito de Posters digitais, traduzindo desta forma o dinamismo da Sociedade Portuguesa de Pneumologia que espera, assim, uma participação activa e bem representativa de todas as regiões do país.