Transexuais

Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género apresenta queixa no DIAP contra o Sol

A Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género apresentou uma queixa no Departamento de Investigação e Ação Penal contra o semanário Sol pela publicação de um texto que considera “profundamente atentatório da dignidade” dos transexuais.

Em causa está um artigo de opinião de José António Saraiva, publicado no dia 01 de janeiro no Sol, com o título “E se um homem se sentir galinha”, em que defende que as cirurgias para mudança de sexo deviam de ser proibidas.

Num comunicado publicado no seu site, a Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género (CIG), organismo tutelado pelo gabinete da Secretária de Estado da Igualdade, manifesta o seu “repúdio pela gravidade das declarações proferidas pelo jornalista José António Saraiva”.

O texto “é profundamente atentatório da dignidade das pessoas transexuais e a sua mensagem é suscetível de favorecer a prática de atos de violência homofóbica e transfóbica”, afirma a CIG, que tem por missão garantir a execução das políticas públicas no âmbito da cidadania e da promoção e defesa da igualdade de género, incluindo em matéria de orientação sexual e identidade de género.

Para a CIG, esta situação é “agravada pela amplificação que decorre da sua divulgação num meio de comunicação de âmbito nacional, podendo o mesmo configurar a prática de crimes de discriminação sexual e de instigação à prática de crimes, designadamente contra a liberdade e a autodeterminação sexual”.

“São crimes públicos e, portanto, de denúncia obrigatória”, sublinha o organismo no comunicado.

Neste contexto, “e sem prejuízo de considerar que a liberdade de expressão é um dos direitos, liberdades e garantias consagrados” na Constituição, a CIG decidiu apresentar queixa no Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) contra o Sol, para que “o Ministério Público proceda às diligências que considere necessárias para o apuramento de eventual responsabilidade criminal no que diz respeito à discriminação e incitamento ao ódio e à violência contra pessoas transexuais.

A Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género adianta ainda que vai participar os factos à Entidade Reguladora para a Comunicação Social, à Comissão da Carteira Profissional de Jornalistas e ao Conselho Deontológico do Sindicato dos Jornalistas, para que “atuem em conformidade”.

Fonte: 
LUSA
Nota: 
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