Combater as Doenças Cardiovasculares
Decretado pela Organização Mundial de Saúde, a hipertensão é o factor de risco cardiovascular mais importante, isto atendendo ao facto de o Acidente Vascular Cerebral continuar a ser o mais mortal. “Portanto é prioritário ter atenção à hipertensão”, diz Espiga de Macedo, especialista de Medicina Interna.
No entanto, o especialista alerta que, “correctamente há que ter em conta os factores de risco todos, globalmente, ainda que haja necessidade de fazer avaliações perante um doente concreto. Muitas vezes ao querermos tratar tudo ao mesmo tempo, a obesidade, o tabaco, a hipertensão, o colesterol, etc., corremos o risco de perder o doente. É preciso mudar a estratégia”, desabafa.
E esta estratégia deve ser global, por exemplo quando se fala de síndrome metabólica. Ou seja, a intervenção ao nível populacional traz benefícios para toda a gente e para todas as doenças e isto é possível através da educação para a saúde”.
Existem factores de risco que podem ser avaliados individualmente, como recentemente indicam as guidelines da Sociedade Portuguesa de Aterosclerose. “Os triglicéridos fazem parte da síndrome metabólica, e sabemos que cada vez mais esta síndrome está instalada na população portuguesa com a diabetes como principal factor de risco”, explica Espiga de Macedo, sublinhando que, a mudança dos hábitos alimentares pode ser muito útil no controlo destes factores, como incluir os ómega 3 na dieta.
Contudo, Espiga de Macedo alerta para que “as pessoas não entendam que ao consumir alimentos ricos em ómega 3 estão a prevenir o que quer que seja. É preciso que se entenda o que digo, pois os últimos trabalhos apresentados nos EUA vieram demonstrar que os ómega 3 e outros antioxidantes não têm fundamentação científica suficiente para dizer que só por si vão reduzir a doença cardiovascular. Apenas os medicamentos ómega 3 têm essa função”.