Cirurgias a cancro de pâncreas aumentam “vertiginosamente"
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“As pessoas ficam em pânico quando ouvem falar de cancro do pâncreas. A grande arma curativa é a cirurgia. E nesse campo temos feito muitos avanços. Tem aumentado vertiginosamente o número de pessoas que temos conseguido operar”, afirmou a coordenadora da unidade de cirurgia hepatobiliopancreática, Donzília Silva.
Neste sentido, o serviço tem efetuado cerca de 50 cirurgias potencialmente curativas por ano, que representam cerca de 50% dos doentes, e que, “associadas a novos esquemas de quimioterapia têm permitido uma nova chama de esperança em termos de cura” da doença, muitas vezes apelidada de “assassino silencioso”.
Questionada sobre se o serviço tem condições para ir além das 50 cirurgias anuais, Donzília Silva responde de forma afirmativa: “Penso que, ‘pelo andar da carruagem’, este ano vamos superar esse número. Todas as semanas temos operado doentes com cancro do pâncreas”.
“No fundo, nós estamos a conseguir tratar mais e melhor”, declarou a cirurgiã.
Donzília Silva afirmou que também em termos etários se tem registado um alargamento dos tratamentos por cirurgia, lembrando que “raramente se operavam doentes acima dos 75 anos”, algo que desde o último ano tem acontecido, traduzindo-se em cerca de 20 a 30% do total.
“O cancro do pâncreas é, de todos os cancros, o que tem a taxa de sobrevivência mais baixa, sendo diagnosticados todos os anos em Portugal cerca de 1.400 novos casos. Sem melhorias no diagnóstico, estima-se que possa tornar-se a segunda principal causa de morte por cancro até 2030”, recordou em comunicado o Centro Hospitalar do Porto, que congrega o Hospital de Santo António, o Hospital Joaquim Urbano, o Centro Materno Infantil do Norte e o Centro de Genética Médica Doutor Jacinto Magalhães.