Cientistas descobriram que dieta ideal está inscrita nos genes
Num estudo publicado hoje na revista científica Cell Metabolism, a equipa afirma que as suas descobertas permitirão para já alimentar animais criados para consumo humano, como peixe ou gado, de forma mais saudável e eficaz.
O neurocientista Carlos Ribeiro, da Fundação Champalimaud, afirmou que as experiências feitas até agora em ratos e moscas, se centraram na quantidade certa de proteínas ingeridas.
Carlos Ribeiro acrescentou que na investigação se analisou o genoma da mosca e do ratinho para descobrir a proporção de cada aminoácido (as 20 moléculas de cada proteína) ideal para a alimentação de cada espécie.
O resultado da "dieta ideal completamente sintética" a que chegaram permitiu-lhes aplicar um regime de aminoácidos que fez com que "os animais crescessem mais depressa, tivessem ossos melhores e não morressem tão cedo".
A aplicação imediata desta descoberta poderá estar em indústrias como a aquicultura ou a criação de gado, onde "se usam muitos suplementos alimentares" que fazem com que os animais comam "uma dieta desequilibrada".
Questionado sobre uma aplicação humana, Carlos Ribeiro afirmou que nesta altura é absolutamente especulativo, mas admitiu que um dos caminhos para a investigação poderá ser a compreensão de como o corpo humano "está otimizado" para funcionar, e as implicações da dieta na evolução de certas doenças.
Outra das investigadoras do centro Champalimaud, Samantha Herbert, afirma que a "gelatina" proteica usada para experimentar a dieta ideal "poderia resultar com qualquer animal" mas duvidou que as pessoas estivessem dispostas a comê-la.
“Gosto de ser otimista, por isso, penso que talvez estejamos mais perto do que pensamos de conseguir desenvolver uma dieta ideal, que garanta a boa saúde das pessoas ao longo da sua vida", ressalvou Samantha Herbert.