Estudo

Cientistas descobrem que couves e brócolos ajudam a impedir o cancro

Que os chamados vegetais crucíferos são bons para o intestino, nunca houve dúvidas, mas a explicação para esse fenómeno foi sempre evasiva. Cientistas britânicos chegaram finalmente a uma explicação plausível num estudo publicado esta semana.

Uma equipa de investigação do Francis Crick Institute, um centro de pesquisa biomédica localizado em Londres, descobriu que são produzidas substâncias químicas anticancerígenas quando legumes e verduras são digeridos no intestino do ser humano.

A investigação, escreve o Sapo, centrou-se em como essas verduras alteram o revestimento intestinal, a partir da análise de ratinhos e intestinos em miniatura criados em laboratório. Assim como a pele, a superfície do intestino humano é constantemente regenerada, num processo que dura até cinco dias para estar concluído e entrar num novo ciclo.

O estudo publicado na revista científica "Immunity" mostra que substâncias químicas presentes nos vegetais crucíferos são vitais nesse processo de renovação do intestino.

Cancro do intestino: quais os sintomas?
Os sintomas do cancro do intestino incluem sinais persistentes de sangue nas fezes, alterações nos hábitos intestinais, como ir à casa de banho com mais frequência.

Dor na barriga, inchaço ou desconforto são outros dos sintomas a ter em conta.

Cansaço e emagrecimento sem razão aparente também integram a lista de sinais a estar atento.

A substância essencial
Durante a investigação, os cientistas debruçaram-se sobre uma substância chamada Indol-3-Carbinol (I3C), produzida a partir da mastigação e que já se tinha revelado importante em estudos anteriores. Essa substância é modificada pelo ácido gástrico à medida que continua a sua jornada no sistema digestivo.

Na parte inferior do intestino, essa substância tem a capacidade de alterar o comportamento das células do intestino, que regeneram o revestimento intestinal, e das células do sistema imune que controlam as inflamações.

Segundo a radiotelevisão britânica BBC, o estudo mostrou que dietas ricas em Indol-3-Carbinol protegiam os ratos de cancro, mesmo os mais predispostos geneticamente para a doença.

"Mesmo quando os ratinhos começaram a desenvolver tumores, quando lhes trocámos a dieta, para uma apropriada, isso impediu a progressão do tumor", comenta Gitta Stockinger, investigadora do Francis Crick Institute.

"Este estudo em ratinhos sugere que não é apenas a fibra presente em legumes e verduras, como os brócolos e o repolho, que ajudam a reduzir o risco de cancro do intestino, mas também as moléculas encontradas nesses vegetais", acrescenta o investigador Tim Key, do Cancer Research UK.

"Estudos mais aprofundados ajudarão a descobrir se as moléculas desses alimentos têm o mesmo efeito nas pessoas. Mas, enquanto isso, já existem muitos bons motivos para se comer mais verduras e legumes", conclui.

 

Fonte: 
Sapo
Nota: 
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