Cientistas criam no Canadá novo vírus sintético para tornar vacinas mais eficazes
O estudo, a cargo de uma equipa de virologistas e microbiologistas da Universidade de Alberta, no Canadá, assinala que o vírus sintético criado, e que originalmente causa uma doença nos cavalos caracterizada por erupções na boca e na pele, pôde ser utilizado como vacina protetora contra a infeção da varíola humana em ratos.
Para um dos coordenadores da investigação, o microbiologista David Evans, métodos como este "promovem a capacidade de produção de vacinas da próxima geração e são promissores como ferramentas para gerar vírus sintéticos complexos que irão ser necessários para tratar o cancro".
Para produzir o vírus sintético, Evans e restante equipa usaram uma sequência de genoma (conjunto de informação genética) publicada e fragmentos de moléculas de ADN fabricados inteiramente com métodos químicos.
De acordo com a Universidade de Alberta, o vírus que os cientistas reproduziram, em colaboração com uma farmacêutica, é o que reúne até agora mais informação a partir de ADN sintetizado quimicamente.
Na sua forma original, o vírus é um 'parente' do vírus 'vaccinia', que foi usado na vacina para erradicar a varíola há 40 anos.
A mesma equipa científica utilizou previamente tecnologias de ADN recombinado mais tradicionais para gerar um vírus 'vaccinia' que melhorasse o tratamento do cancro da bexiga.
Em ensaios pré-clínicos com ratos, o vírus infetou e matou células cancerígenas ao mesmo tempo que promoveu a resposta imunitária necessária para evitar o reaparecimento de cancro.