"Cheirar" a urina pode vir a evitar biópsias para detetar cancro da próstata
No âmbito de um encontro da Sociedade Americana de Química, que decorre até quinta-feira, o investigador principal do projeto, Mangilal Agarwal, explicou que o estudo surgiu na sequência de outro publicado em 2014 e que indicava que os cães poderiam detetar o cancro da próstata com mais de 97% de precisão.
A equipa de Agarwal já estava a trabalhar num projeto para detetar hipoglicémia (baixa de açúcar no sangue) através da respiração, usando cães treinados para o efeito, e começou a investigar que moléculas os cães poderiam detetar no cancro da próstata.
Uma forma de se saber se um paciente sofre de cancro da próstata é através de uma biópsia, um procedimento doloroso ao qual milhares de homens se submetem todos os anos, sendo que a maioria não tem a doença. Segundo os cientistas foram feitos progressos para minimizar biópsias desnecessárias identificando moléculas associadas ao cancro da próstata, que poderão ser detetadas ao “cheirar” a urina com sensores químicos.
“Se os cães podem cheirar o cancro da próstata, nós também seremos capazes de o fazer”, disse Amanda Siegel, que como Agarwal pertence ao Instituto Integrado de Desenvolvimento de Nano-sistemas da Universidade de Indiana, Estados Unidos.
Para detetar que moléculas presentes na urina poderão indicar cancro da próstata os investigadores colheram amostras de urina de 100 homens submetidos a biópsias à próstata e identificaram um pequeno grupo de moléculas que aparecem em 90% das amostras de urina de pacientes com cancro, mas que não estavam presentes nas amostras das pessoas sem a doença.
A equipa quer agora fazer testes em larga escala em centros de saúde.