Cerca de 2 mil cheques de diagnóstico de cancro oral já emitidos
Desde 1 de março até ao final de outubro foram emitidos 1.969 cheques diagnósticos e 251 cheques para biopsia.
Dos exames já efectuados, os dados provisórios apontam para seis por cento de casos de cancro oral positivos, o que “está em linha com a prevalência calculada” em Portugal, disse à Lusa o bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas, Orlando Monteiro da Silva.
Segundo os dados fornecidos hoje à Lusa, na véspera do XXIII Congresso Anual da Ordem dos Médicos Dentistas, que se realiza sexta-feira e sábado em Matosinhos, o tempo entre a utilização do primeiro cheque diagnóstico, a realização da biopsia e a consulta de oncologia não ultrapassa os 10 dias.
O bastonário dos Dentistas calcula que, no próximo ano, com o programa a funcionar em pleno, sejam emitidos cerca de cinco mil cheques de diagnóstico para cancro oral.
Desde março que cada utente do Serviço Nacional de Saúde (SNS) passou a ter direito a dois cheques dentista por ano para diagnóstico de cancro oral e a outros dois para biopsia, no âmbito de um programa que tem como objectivo aumentar a sobrevivência após o diagnóstico da doença.
Está definida como população alvo as pessoas pertencentes aos grupos de risco (homens fumadores, com mais de 40 anos e com hábitos alcoólicos) e utentes com lesões na cavidade oral e com queixas de dor, alterações da cor ou da superfície da mucosa oral.
A intervenção começa sempre no médico de família, através de rastreios a utentes de elevado risco ou pelo diagnóstico clínico de lesões na boca potencialmente malignas.
A existência de uma lesão suspeita deve ser sempre sujeita a um diagnóstico diferencial, sendo emitido pelo sistema informático dos centros de saúde um cheque-diagnóstico que pode ser usado num médico dentista aderente ao Programa.
No caso de o médico dentista ou estomatologista considerar necessária a realização de uma biopsia deve realizar a recolha do produto e enviar para um laboratório de referência, utilizando então um cheque-biópsia
Quando é detectado um tumor, o laboratório informa, por sistema informático, o Instituto Português de Oncologia da respectiva área, que deve marcar uma consulta com carácter de urgência.
No programa participam 240 médicos dentistas, numa rede que pretende cobrir geograficamente todo o país.