Centena de médicos voluntaria-se para ajudar vítimas

O bastonário da Ordem dos Médicos (OM) lançou no domingo um apelo aos profissionais e disse hoje que mais de cem clínicos se ofereceram para ajudar, além dos que estão no terreno a trabalhar.
Miguel Guimarães vai hoje, ao início da tarde, às áreas mais afetadas pelos incêndios, mostrar apoio aos profissionais de saúde e populações, bem como contactar com as autoridades que estão no terreno.
“Temos de salvar vidas, apoiar as famílias e os traumatizados e conseguir resolver os casos das pessoas que morreram”, disse Miguel Guimarães à Lusa, lembrando que estão disponíveis para contribuir a ajudar mais rapidamente na identificação dos corpos.
“É um momento especial em que o país tem de mostrar uma grande solidariedade. É uma verdadeira catástrofe de graves dimensões com perda de vidas e consequências psicológicas para as famílias”, comentou.
O bastonário disse, ainda, que os médicos militares estão disponíveis para ajudar e acreditam que podem dar um “contributo válido”, uma vez que têm formação específica neste tipo de cenários.
“Eu sou médico e se for preciso arregaço as mangas e vou lá trabalhar”, afirmou.
O fogo, que deflagrou na tarde de sábado, em Escalos Fundeiros, concelho de Pedrógão Grande, alastrou depois aos concelhos vizinhos de Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pera, no distrito de Leiria, e entrou também no distrito de Castelo Branco, pelo concelho da Sertã.
O último balanço dá conta de 62 mortos civis e 62 feridos, dois deles em estado grave. Entre os operacionais, registam-se dez feridos, quatro em estado grave. Há ainda dezenas de deslocados, estando por calcular o número de casas e viaturas destruídas.
O Governo decretou três dias de luto nacional, até terça-feira.