Casos de Ébola em queda nos países mais afectados
Os últimos números recolhidos mostram que a Libéria teve, a semana passada, o menor número de novos casos desde o início de Junho, enquanto a Guiné e a Serra Leoa apresentam o menor número de novos casos desde Agosto.
"O declínio é real, mas isso não significa que a luta tenha terminado", sublinha Tarik Jasarevic, porta-voz da Organização Mundial de Saúde (OMS) à Agência France-Presse, acrescentando, todavia, que se trata "de um primeiro sinal de otimismo" no combate à doença.
No total, 21.296 pessoas foram infectadas com o Ébola desde o início deste surto, há cerca de um ano, tendo 8.429 delas morrido, de acordo com os dados mais recentes.
Os três países da África Ocidental que registaram quase todas as vítimas mortais (à excepção de 15), aumentaram drasticamente o número de leitos disponíveis nos centros de tratamento do Ébola e contam agora com mais de duas camas de tratamento por caso.
Mas, geograficamente, as camas estão distribuídas de forma desigual, pelo que, em algumas áreas, nem todas as pessoas infectadas estão a receber tratamento, reconheceu a OMS.
Assegurar tratamento para todas as pessoas infectadas com o Ébola - um dos vírus mais mortais para o homem - é importante, uma vez que ele aumenta significativamente as hipóteses de sobrevivência.
Enquanto 71% dos infectados com o vírus morrem, a taxa de mortalidade cai para 57% entre os que estão hospitalizados, disse a OMS, acrescentando que o facto de nem todas as mortes pelo vírus serem reportadas significa que nem todos os enterros de corpos altamente infecciosos estão a ser realizados seguindo as devidas normas de segurança, apesar de haver capacidade para isso.
A OMS admitiu ainda que o total de mortes pelo Ébola é, provavelmente muito superior aos valores registados, pois muitas mortes não são notificadas, o que é preocupante também por ser "vital atingir a meta de 100% de enterros seguros", segundo Tarik Jasarevic.
A Libéria, por muito tempo o país mais atingido e aquele que ainda conta com o maior número de mortes (3.538), chegou a registar um pico de mais de 300 casos confirmados por semana nos meses de Agosto e Setembro.
Agora, teve a queda mais evidente no contágio, com apenas oito novos casos durante a semana que antecedeu 11 de Janeiro e sem caso algum nos últimos dois dias da semana, enquanto na Guiné - onde a epidemia teve início em Dezembro de 2013, causando 1.814 mortos - 42 novos casos foram confirmados nos mesmos sete dias.
Na Serra Leoa, que registou o maior número de pessoas infectadas - 10.124 no total, 3.062 das quais morreram - teve 184 novos casos confirmados durante a semana transacta, 59 deles em Freetown.
Ainda segundo a agência das Nações Unidas para a saúde, à data de 11 de Janeiro, haviam sido infectados 843 profissionais de saúde, tendo 500 deles morrido.
Como o Ébola é transmitido pelo contacto directo com fluidos corporais de uma pessoa infectada que apresente sintomas como febre ou vómitos, as pessoas que cuidam dos doentes estão particularmente expostas ao contágio.
Coreia do Norte pode abrir fronteiras a turistas nas próximas semanas
A Coreia do Norte pode reabrir as suas fronteiras aos turistas nas próximas semanas, depois de em Outubro ter proibido a entrada de estrangeiros como medida de propagação do Ébola, informou uma agência de viagem.
Através de um comunicado na sua página de Internet, a agência de viagens com sede na China e especializada na Coreia do Norte, Young Pioneer Tours, afirmou esperar que “a fronteira seja reaberta muito rapidamente nas próximas semanas”.
“Temos trabalhado em colaboração estreita com os nossos colegas na Coreia do Norte sobre da data do levantamento das actuais restrições de viagem devido ao Ébola e regresso à normalidade do turismo da Coreia do Norte”, escreveu a agência citada pela Efe.
O regime de Pyongyang proibiu a entrada de turistas estrangeiros no dia 25 de Outubro e encerrou as suas fronteiras até nova ordem ao turismo estrangeiro por receio da epidemia, tendo impostos 21 dias de quarentena aos estrangeiros que visitem o país por motivos de negócios ou em viagens diplomáticas.
Face às extremas restrições e medidas de quarentena, foram levantadas dúvidas sobre se o país estaria a violar a Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas de 1961, que regula, entre outros assuntos, a imunidade do pessoal diplomático.
A Coreia do Norte é, em condições normais, um dos países mais isolados do mundo com uma dezena de voos internacionais por semana. O regime norte-coreano já tinha encerrado as suas fronteiras durante vários meses em 2003 devido à propagação do Síndrome Respiratório Agudo Severo, conhecido como SARS.