Caos das Urgências não se resolve com Equipas Médicas Exclusivas
O caos instala-se no Serviço de Urgência (SU) sempre que os doentes chegam às centenas, porque não têm alternativas credíveis de qualidade onde possam recorrer. A situação torna-se ingovernável, quando se esgota a capacidade de internamento e os doentes são tratados nos corredores do SU, como se estivessem nas enfermarias.
A profissionalização das Equipas de Urgência não é a solução para o SU sobrelotado. Para a Sociedade Portuguesa de Medicina Interna, a aplicação cega do modelo estrito de equipas médicas dedicadas, tem enormes riscos em Portugal:
- O número de doentes que recorre ao SU é muito elevado, ao contrário do que acontece noutros países.
- Em Portugal o doente chega por regra à Urgência sem qualquer tipo de triagem médica ou contacto com o Médico Assistente, pelo que é crucial a abordagem holística garantida pelo Internista.
- Mais de 90% dos internamentos hospitalares são feitos através do SU, pelo que é fundamental a presença dos Médicos dos Serviços na Urgência, única forma de garantir a qualidade assistencial e evitar altas indevidas.
- O Médico “Urgencista” entra em exaustão em poucos anos, pelo que o modelo não perdura no tempo.
A Sociedade Portuguesa de Medicina Interna espera que o senso impere para que as causas reais da sobrelotação das urgências possam ser identificadas e minimizadas. Os Internistas continuarão a ser o garante do funcionamento dos Serviços de Urgência e fazem-no com grande dedicação e competência.