Tumor Digestivo

Cancro do Pâncreas ainda tem taxa de sobrevivência reduzida

Atualizado: 
02/09/2021 - 11:27
O cancro do Pâncreas é o tipo de cancro que tem a taxa de sobrevivência mais baixa. Com sintomas que passam despercebidos, raramente é diagnosticado precocemente. O risco de desenvolver este tipo de cancro aumenta após os 50 anos, havendo maior incidência no sexo masculino. Estima-se que, dentro de pouco mais de uma década, o cancro do Pâncreas se torne a segunda causa de morte por doença oncológica. Em Portugal surgem cerca 1400 novos casos por ano.

O pâncreas é uma glândula do aparelho digestivo responsável pela produção da enzima que atua na digestão dos alimentos, e pela insulina – hormona responsável pela diminuição do nível de glicose no sangue.

Localizado na parte superior do abdómen atrás do estômago, encontra-se dividido em três partes – cabeça (lado direito), corpo (secção central) e cauda (lado esquerdo).

A maioria dos casos de cancro afetam a região da cabeça do pâncreas.

Este tipo de cancro é raro antes dos 30 anos de idade. Sabe-se que afeta sobretudo homens, na faixa etária entre os 65 e os 80 anos.

Quase sempre é dignosticado já numa fase avançada, recebendo tratamento paliativo.

A dificuldade no diagnóstico precoce da doença prende-se com os seus sintomas. Na realidade, este tipo de cancro não apresenta sinais específicos. Aliás, o tumor, habitualmente, desenvolve-se sem sintomas e quando estes surgem é muito frequente que passem despercebidos.

Os sintomas deste tipo de cancro dependem da região onde está localizado o tumor. Mas os mais frequentes são a perda de peso e de apetite, fraqueza, dor ou desconforto abdominal.

O diagnóstico é realizado através do relato dos sintomas e de exames como análises ao sangue e urina, ecografia abdominal e, se necessário, pelo recurso a tomografia computadorizada (TAC), ressonância magnética (RM) e ecoendoscopia.

Entre os fatores de risco destacam-se o tabagismo – sabe-se que os fumadores têm três vezes mais probabilidades de desenvolver a doença; o consumo de gorduras e bebidas alcoólicas, obesidade e sedentarismo e a exposição profissional a agentes tóxicos.

Por outro lado, quem sofre de pancreatite crónica ou diabetes vê este risco aumentado.

Como em todas as doenças oncológicas, o cancro do pâncreas é classificado de acordo com o seu estádio de desenvolvimento.

Atualmente está classificado em sete estádios, consoante a sua localização, envolvimento de nódulos linfáticos e a presença de metástases, sendo estes essenciais para a atribuição do tratamento.

A verdade é que, a eficácia do tratamento depende apenas da altura em que se realizou o diagnostico. Se detetado precocemente maiores são a hipóteses de sobrevivência.

O único tratamento que cura efetivamente o cancro do pâncreas é a cirurgia radical – com remoção do pâncreas. Esta abordagem é a mais indicada quando o cancro é detetado numa fase inicial.

Quando não é possível fazer uma cirurgia, o objetivo do tratamento passa por prolongar a sobrevivência com a melhor qualidade de vida possível.
A quimioterapia e a radioterapia funciona aqui, apenas e só, enquanto terapia complementar.

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Autor: 
Sofia Esteves dos Santos
Nota: 
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