Campanha de rastreios para diagnóstico precoce da DPOC
“Somos o que respiramos” é o mote da campanha que, no âmbito do Dia Mundial da Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC), leva este ano a Sociedade Portuguesa de Pneumologia a associar-se ao movimento Internacional “Health Lungs For Life” promovido pela European Respiratory Soeciety (ERS) e da European Lung Foundation (ELF).
Ainda que se trate de uma doença altamente sub-diagnosticada, estudos indicam que a DPOC afecta cerca de 14% na população portuguesa com mais de 40 anos, razão pela qual a SPP assinala a data com uma acção de rastreios gratuitos a realizarem-se amanhã, dia 19, entre as 09h00 e as 18h00 na Praça da Figueira, em Lisboa. Uma oportunidade para todos aqueles que pretendem não só avaliar a sua função respiratória, como também se associarem-se ao movimento “Health Lungs For Life”, deixando o apelo ao diagnóstico desta doença que se prevê que venha a ser a terceira causa de morte mais comum em 2030.
Em Portugal estima-se que existam cerca de 700 mil doentes com DPOC, dos quais apenas um número reduzido se encontra diagnosticado, mediante a realização de uma espirometria. Estes são dados que levam a SPP a realizar, amanhã, no Dia Mundial da DPOC, uma campanha de rastreios para avaliar a função respiratória e promover o conhecimento em torno da doença e do mais eficaz meio de diagnóstico: a espirometria.
Para Carlos Robalo Cordeiro, Presidente da Sociedade de Pneumologia, “é fundamental promover o diagnóstico precoce de modo a intervir atempadamente e abrandar o declínio mais acelerado da capacidade respiratória do doente. A DPOC é uma doença respiratória que se encontra sub-diagnosticada nos seus vários estádios, verificando-se que muitos doentes não procuram o médico até terem perdido cerca de 50% da capacidade respiratória. Por outro lado, numa altura de fortes constrangimentos económicos, há que ter em consideração que os custos de realização de uma espirometria são francamente menores do que os custos de um doente com DPOC, diagnosticado tardiamente”.
Apesar da espirometria constituir um simples exame, não invasivo e que permite avaliar a capacidade respiratória e detectar precocemente doenças respiratórias como a DPOC, num estado não avançado, verifica-se que a realização deste tipo de procedimento de diagnostico está muito aquém do desejável, razão pela qual a SPP insiste na necessidade de facilitar o acesso a exames espirométricos através dos vários sistemas de Cuidados de Saúde Primários.
“A realização de espirometrias como forma de diagnóstico é um dos aspectos mais importantes no combate à DPOC e na sua referenciação. Para tal há que promover um maior envolvimento dos vários agentes de Cuidados de Saúde Primários os quais devem ter a capacidade de recorrer aos exames adequados para levar a cabo um diagnóstico precoce às doenças respiratórias, de modo a atenuar o impacto que estas possuem na qualidade de vida dos doentes”, acrescenta Carlos Robalo Cordeiro.