Bayer deixa de vender contraceptivo perigoso
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A Bayer vai descontinuar a comercialização do contracetivo Essure, dispositivo introduzido no organismo feminino, até ao final do ano. Em Portugal, França e Espanha a venda foi suspensa há um ano e recomendado que o produto deixasse de ser utilizado.
Tal aconteceu depois de 30 mulheres espanholas terem avançado com uma queixa na justiça por suspeita de "falta de controlo sanitário" do produto depois de o usar. De acordo com a comunicação social espanhola, que volta ao tema por o processo ainda não ter começado a ser julgado, as mulheres alegavam terem ficado inférteis, depois de o usarem. As queixosas argumentavam não terem sido alertadas pela empresa para as contraindicações do contracetivo, as quais lhe terão provocado "graves lesões". Segundo a edição de hoje do El País, "as doentes nunca foram informadas adequadamente sobre as possíveis complicações relacionadas com o produto, que poderiam afetar a sua saúde." No texto apresentado à justiça, as mulheres sustentavam que tal "omissão terá sido intencionada."
Um ano depois deste caso a Bayer decide descontinuar a comercialização em todo o mundo, mas logo em setembro do ano passado tinha "decidido cancelar o pedido de renovação do certificado" de venda do produto, confirmou ao Diário de Notícias a autoridade do medicamento em Portugal, Infarmed.
A mesma entidade informa ainda que a empresa sustentou a descontinuação do contracetivo com o "declínio das vendas" nos Estados Unidos nos últimos tempos. Em Portugal, o produto começou a ser comercializado em 2002 e ao longo deste tempo foram distribuídos cerca de 6000 dispositivos. Até agora, o Infarmed não recebeu qualquer notificação de profissionais de saúde ou de doentes sobre efeitos nocivos".
No entanto, e tendo em conta que em Portugal ainda existem mulheres a usar o Essure, o dispositivo "continuará a ser monitorizado".