Autorizada experimentação de vacina contra o vírus do ébola em grávidas
“O Grupo Estratégico e de Consulta da OMS [Sage na sigla em inglês] aprova o uso da vacina rVSV-Zebov-GP com consentimento informado e conforme o padrão de qualidade ética e científica”, anunciou a organização.
A medida tomada na reunião dos especialistas “reverte uma decisão anterior que impedia que mulheres grávidas recebessem a vacina” “por não haver evidências suficientes sobre sua segurança”, explica ainda o comunicado da OMS, publicado no portal da agência.
A experimentação da vacina irá também abranger crianças com menos de um ano de idade, devido “ao surto em curso e ao risco enfrentado pela população”, acrescentou a OMS.
O Sage considera ainda que “deve ser considerada a possibilidade de avaliar uma ou mais” de três outras vacinas contra o ébola em áreas próximas e “esses ensaios podem incluir mulheres grávidas e que amamentam”.
Os especialistas anunciaram que têm avaliado os dados sobre o uso da vacina nessas populações e “fornecerão uma atualização assim que for possível”.
A campanha de imunização “deve ser limitada às áreas afetadas pelo surto e continuamente avaliada com base em informação sobre segurança e eficácia da vacina nesta população-alvo”, declara a nota.
Os especialistas aconselham também que seja feita uma “avaliação cuidadosa para que dados de segurança sirvam para oferecer dados sobre recomendações de vacinas para futuros surtos”, anunciou a OMS.
De acordo com o relatório de segunda-feira passada, o número de casos de contaminação, em todo o país, fixou-se em 840, dos quais 775 estão confirmados laboratorialmente e 65 são dados como prováveis. Além disso, desde 01 de agosto de 2018, data em que foi declarada a epidemia, já morreram 537 em consequência do Ébola.
Desde o início da epidemia, que afeta igualmente a província de Ituri, a norte de Kivu Norte, as organizações de assistência médica recuperaram já um total de 294 pessoas que tinham sido infetadas com o Ébola.
O Ministério da Saúde da República Democrática do Congo (RDCongo) salientou estar agora um dos focos da epidemia em Butembo, a sul de Beni, na mesma província de Kivu Norte.
A atual epidemia de Ébola é já a maior da história do país em número de mortos e contágios.
A RDCongo foi atingida nove vezes pelo Ébola, depois da primeira aparição do vírus naquele país africano, em 1976.
Em 1995, o Ébola provocou a morte a 250 pessoas na cidade de Kikwit, na província de Kwilu, no sudoeste da RDCongo.