Associações assinalam data com iniciativas em todo o país
Esta data é “uma oportunidade para homenagear as pessoas idosas, prestando-lhe o justo reconhecimento pelo património de valores e realizações criadas ao longo das suas vidas”, disse o presidente da MURPI - Confederação Nacional de Reformados, Pensionistas e Idosos.
A MURPI foi pioneira no movimento associativo de reformados e conta actualmente com 170 associações filiadas que vão realizar iniciativas para sinalizar a efeméride, adiantou Casimiro Menezes.
“É um dia para firmar o dever de respeitar os seus direitos, todos os dias, pelo poder político e pela sociedade. Esta é a mensagem que queremos transmitir neste dia a todas as associações que lidam com os idosos e também aos idosos”, sublinhou.
A APRe! - Associação de Aposentados, Pensionistas e Reformados também vai assinalar a data com várias iniciativas, entre as quais a entrega de um Manifesto em 32 autarquias do país.
“A nossa actividade vai ser junto das autarquias, onde vamos entregar nesse dia um manifesto”, que alerta para a necessidade dos municípios dedicarem mais atenção ao idosos, uma população que está a aumentar, e manifesta a disponibilidade da associação em colaborar, disse a presidente da APRe!, Maria do Rosário Gama.
A intenção da associação “é fazer reivindicações de carácter político, comemorar o dia e chamar outras pessoas” para a luta em defesa da população mais velha.
Para as associações, é preciso contrariar a ideia de que o envelhecimento “é o causador de todos os males no país”.
“Reconhecemos que há um envelhecimento demográfico para o qual é preciso termos soluções para que as pessoas que estão a envelhecer mantenham os seus direitos e a sua intervenção cívica e política muito activa”, defendeu Casimiro Menezes.
Por outro lado, sublinhou, “constamos que há um desprezo da sociedade por aqueles que não adquirem conhecimentos mais actualizados” e “uma atitude de exclusão dessas pessoas porque deixaram de estar na cadeia de produção”.
Os próprios idosos devido às dificuldades que lhes são criadas, muitas delas devido às medidas de austeridade, sentem-se “auto-excluídos de uma sociedade em que deviam participar”.
Para combater esta situação, Casimiro Menezes defendeu a criação de medidas que garantam “a autonomia social e financeira dos idosos” e proporcionem cuidados de saúde e sociais de acordo com as suas necessidades e não do “tipo caritativo”.
Maria do Rosário Gama disse, por seu turno, que os idosos ”não podem baixar os braços” e devem lutar pelos seus direitos.
Na sua opinião, os idosos “estão mais reivindicativos e mais despertos” para a necessidade de terem voz na sociedade.
“O facto de a associação ter aparecido, faz dois anos em Outubro, fez com que os reformados estivessem na ordem do dia e temos conseguido trazer para a comunicação todas estas situações que vivemos e que levam que o poder tenha em conta o que se passa com este grupo social que é enorme”, sustentou.
Instituído em 1991 pela Organização das Nações Unidas (ONU), o Dia Internacional do Idoso visa sensibilizar a sociedade para as questões do envelhecimento e a necessidade de proteger e cuidar desta população.