Associação recolhe medicamentos em Portugal para contrariar escassez na Venezuela
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A associação lançou há um mês a campanha "Medicamentos para a Venezuela", que "está a ser um sucesso", disse o presidente, Christian Höhn.
A Venexos distribuiu cem caixas em estabelecimentos comerciais em todo o país - continente, Madeira e Açores -, para responder à escassez de medicamentos na Venezuela. Os pontos de recolha estão indicados na página da associação na internet - www.venexos.org.
Entre os produtos esgotados naquele país encontram-se antibióticos pediátricos vitaminas, calmantes, analgésicos, cremes ou medicamentos para diabetes e Parkinson, entre outras doenças.
O objetivo da associação é recolher 150 quilos de medicamentos até 15 de julho e enviá-los para a Venezuela, onde serão entregues a cerca de 50 organizações.
Christian Höhn foi um dos participantes, hoje em Lisboa, no debate "Falemos de Venezuela", onde alertou para a falta de medicamentos no seu país.
"Recebemos, nas redes sociais e na nossa página na internet, 70 a 80 pedidos de ajuda por dia. Fui contactado há duas semanas pelo chefe de pediatria de um hospital em Caracas a pedir ajuda para obter leite adaptado. Só este ano já morreram 23 bebés por falta de fórmula láctea", relatou, visivelmente perturbado.
"As pessoas estão a morrer por não terem acesso a medicação", disse.
O presidente da Venexos descreveu que um médico venezuelano veio para Portugal "simplesmente porque perdeu a força de vontade de estar na Venezuela, porque vê os doentes a morrer".
Por outro lado, há pessoas que estão a obter medicamentos de forma ilegal e gastam até 10 vezes o salário mínimo nacional para, por exemplo, tratar a diabetes.
Höhn contou ainda o caso de uma mulher que deixou a Venezuela com o filho, com leucemia, porque recebeu a garantia de que em Portugal conseguiria tratar aquela doença, o que não estava a acontecer na sua terra natal.
"Há uma quantidade insuportável de faltas e carências no país", lamentou.
O Governo venezuelano declarou, na segunda-feira, oficialmente o "estado de exceção e de emergência económica" em todo o país, uma norma com que o Presidente, Nicolás Maduro, pretende fazer frente a alegadas ameaças à sua administração.