Apoiar municípios no cumprimento de lei que proíbe abate nos canis
Segundo o jornal Negócios, o Governo quer conhecer o estado dos canis até junho, através de um levantamento, para regulamentar a lei que proíbe o abate de animais.
Depois de identificadas as necessidades, o executivo vai lançar um programa de requalificação ou construção de instalações.
A lei que proíbe o abate de animais dos canis e gatis municipais entrou em vigor em 2016, mas a proibição só tem efeitos práticos a partir de 22 de setembro de 2018. A Direção-Geral de Veterinária e os municípios devem criar até lá condições para efetuarem a esterilização dos animais.
Em declarações, o Bastonário da Ordem dos Médicos Veterinários (OMV), Jorge Cid, congratulou-se com esta lei, sublinhando que os canis “estão lotados" e que “era preciso fazer alguma coisa com urgência”.
O Bastonário ressalvou que haverá municípios que poderão ter mais dificuldades em implementar a lei e que para “facilitar este processo” os veterinários “estão totalmente disponíveis” para os apoiar.
“Sabemos que o período para a implementação da lei irá variar de município para município. Entretanto, nós apresentamos um projeto de protocolo à ANMP (Associação Nacional de Municípios Portugueses) para que se possa ajudar de alguma forma a aliviar os encargos e a ter uma aplicabilidade da lei mais facilitada”, afirmou o Bastonário.
Jorge Cid explicou que a OMV pretende, através da mobilização de todos os centros médico veterinários do país, realizar tratamentos gratuitos de vacinação, esterilização e desparasitação a animais de estimação de famílias carenciadas e a animais errantes.
“Iremos lançar este cheque veterinário com o objetivo de atuar preventivamente nos cuidados destes animais e também na disseminação de doenças que coloquem em causa a saúde pública. Estamos convictos de que este contributo irá ajudar a diminuir os investimentos brutais que os municípios têm para aplicar a lei”, atestou.
Sobre esta questão, a Associação Nacional de Municípios Portugueses alertou hoje para a falta veterinários, o que impede as autarquias de avançarem com esterilizações e cumprirem a lei que proíbe o abate de animais nos canis municipais.
Por outro lado, o partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN) considerou que existe dinheiro para construir os Centros de Recolha Oficial de Animais e implementar as políticas de bem estar animal, mas que “não existe vontade política municipal” para o fazer.