Antibióticos
Os antibióticos são substâncias químicas, naturais ou sintéticas, que têm a capacidade de impedir a multiplicação de bactérias ou de as destruir, sem ter efeitos tóxicos para o homem. Dito de forma mais simples, os antibióticos são medicamentos que destroem ou impedem a multiplicação de bactérias e por isso curam infecções. No entanto, os antibióticos são totalmente ineficazes contra os vírus. Da mesma forma que cada antibiótico só actua sobre um certo tipo de bactérias, deixando outras intactas. É por essa razão que só o médico deve escolher o antibiótico adequado aos sintomas e à gravidade da infecção. Por exemplo: uma otite pode precisar de um antibiótico diferente de uma pneumonia, de anginas ou de uma infecção urinária, etc.
As principais fontes de antibióticos usados hoje em clínica são produtos naturais: fungos (Penicillium produtor de Penicilina) ou bactérias. No entanto, há já alguns anos, existem antibióticos totalmente sintéticos (como as sulfamidas). Assim, aplica-se o termo “antimicrobiano” quando nos referimos a todas as substâncias químicas com actividade sobre os diferentes microrganismos: antibióticos ou antibacterianos (quando actuam em bactérias). Já a designação “antiviral” aplica-se a medicamentos que actuam em vírus, “antifúngicos” quando actuam em fungos e “antiparasitários” quando actuam em parasitas.
Apesar de os antibióticos não provocarem efeitos secundários graves, eles só devem ser tomados quando forem indispensáveis. Além disso, para que sejam realmente eficazes devem ser tomados exactamente conforme as instruções do médico. Ou seja, com o mesmo intervalo de horas até ao fim do tratamento. Se o intervalo for aumentado ou parar a terapêutica antes do tempo poderá acontecer uma recaída, sendo necessário repetir o tratamento. O número de horas entre duas tomas varia conforme o antibiótico e pode ser de 6, 8, 12 ou 24 horas.
Resistência das bactérias
A resistência aos antibióticos ocorre quando estes perdem a capacidade de controlar o crescimento ou morte bacteriana. Ou seja, é a forma que as bactérias encontram para neutralizar o efeito do antibiótico. Assim, uma bactéria é considerada resistente a determinado antibiótico quando continua a multiplicar-se na presença de níveis terapêuticos desse antibiótico.
É, por isso, importante o uso correcto destes medicamentos, pois o seu mau uso e abuso provocam que deixem de funcionar. Isto é, deixam de ter efeito, uma vez que as bactérias se tornam resistentes. É importante perceber que são as bactérias e não as pessoas, que se tornam resistentes aos antibióticos.
Isto acontece porque as bactérias são "inteligentes" e estão constantemente a evoluir e a adaptar-se ao ambiente para sobreviver. Há bactérias que são naturalmente resistentes aos antibióticos, pois adaptaram-se para sobreviver na sua presença, desenvolvendo os mecanismos necessários para tal. Os mecanismos de resistência são hereditários, isto é, uma bactéria transmite à sua descendência a resistência aos antibióticos, mas pode ainda transmiti-lo às bactérias circundantes que coabitam com a bactéria resistente. É desta forma que as bactérias que vivem no corpo humano sem nos causar problemas se tornam resistentes. Um problema que existe é que os antibióticos não diferenciam entre as bactérias que coabitam connosco (comensais) e as bactérias agressivas (as patogénicas, que causam as infecções).
Por isso quando os antibióticos não são utilizados correctamente algumas bactérias podem morrer, mas as bactérias mais resistentes sobrevivem e multiplicam-se.
Logo, perante bactérias resistentes, as infecções podem tornar-se mais difíceis de tratar, o que significa que os antibióticos podem deixar de ser eficazes quando realmente precisarmos deles.
Portanto, as dores de garganta ou as constipações não devem tratadas com antibióticos pois estes fármacos não destroem os vírus – agentes que habitualmente provocam as gripes e constipações.
“O principal factor favorecedor da resistência aos antibióticos e que se relaciona directamente com os nossos hábitos terapêuticos, do qual temos que tomar consciência, é a pressão de selecção exercida pelo uso intensivo, muitas vezes excessivo, da antibioterapia. Os antibióticos, por vezes, são vendidos sem prescrição médica e, frequentemente, os doentes tomam antibióticos desnecessariamente, nomeadamente para tratamento de doenças virais (gripe)”, explica o portal do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA).
Diferentes tipos de antibióticos
Há centenas de antibióticos, alguns dos quais são apenas utilizados a nível hospitalar, estando a maior parte incluídos em oito grandes grupos.
São classificados de acordo com a sua estrutura química de base. Os constituintes de cada grupo de antibióticos surge da adição ou substituição de radicais à estrutura base, com o objectivo de aperfeiçoar as suas propriedades antibacterianas e farmacológicas.
Os principais grupos de antibióticos são:
- penicilinas, inibidores de beta-lactamase, cefalosporinas;
- monobactâmicos;
- carbapenemes;
- glicopeptídeos,
- macrólidos e lincosaminas;
- tetraciclinas;
- quinolonas e fluoroquinolonas;
- aminoglicosídeos;
- outros antibacterianos (exemplo: sulfonamidas, cloranfenicol, rifamicinas, linezolide, metronidazol, fosfomicina).