Em 2014

Angola paga mais 50 ME para cooperação de Cuba na Saúde

O Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, autorizou a abertura de um crédito adicional de 50 milhões de euros para cobrir o défice das despesas na área da Saúde no âmbito da cooperação com Cuba.

A informação consta de um decreto presidencial a que a Lusa teve ontem acesso, autorizando um "crédito adicional especial no Orçamento Geral do Estado do ano de 2014", para o Ministério da Saúde, com vista ao "suporte de despesas relacionadas com o Acordo ANTEX".

"Em função do pagamento de contratos de cooperação estrangeira do sector da Saúde, no âmbito da cooperação com a República de Cuba", lê-se ainda no texto da autorização, de 09 de setembro.

Com esta decisão, é aprovada a abertura de um "crédito adicional especial" no montante de 6,3 mil milhões de kwanzas (50 milhões de euros), para "cobrir o défice das despesas inerentes ao Acordo ANTEX (empresa cubana que gere a exportação de recursos humanos do país)" no orçamento público angolano de 2014.

Não foi contudo revelado o custo total desta cooperação com Cuba inicialmente estimado para este ano.

Cerca de 1.800 cubanos trabalham actualmente no sector da saúde em Angola, segundo números revelados pelo Governo angolano, em junho, durante a visita oficial que o Presidente José Eduardo dos Santos realizou a Havana.

A presença cubana no sector da Saúde em Angola vai desde a área da oftalmologia ao apoio a programas de combate à malária e dengue ou à integração nas equipas médicas das unidades públicas.

Segundo o ministro da Saúde de Angola, José Van-Dúnem, a municipalização de cerca de 70 serviços de saúde é outra das áreas de relevo, bem como nos hospitais municipais de Cacuaco, Sambizanga, Barra do Dande e Camabatela, onde existem equipas cubanas.

A presença cubana estende-se ainda ao apoio na formação de médicos em território nacional, área em que Governo pretende atingir em 2015 os 500 licenciados por ano, face aos 300 formados em 2014.

Em declarações recentes à agência Lusa, o director nacional de Recursos Humanos do Ministério da Saúde sublinhou que Cuba fez um "investimento extraordinário" na formação e no "capital humano", recursos agora exportados para África e Europa.

"É o país que está disponível para nos ajudar. Todos são úteis se estiverem disponíveis e nas condições em que nós queremos não haverá problemas. Desde que garantam a qualidade e façam aquilo que nós queremos", disse António Costa.

O responsável acrescentou que além da disponibilização de recursos cubanos para Angola, a relação entre os dois países no sector da Saúde passa também pela atribuição de bolsas de estudo a jovens angolanos, para serem formados naquele país da América Latina.

Fonte: 
LUSA
Nota: 
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