Anel vaginal com antirretroviral pode vir a proteger as mulheres do VIH

Atualmente, cerca de um quinto de todas as novas infeções registadas pelo VIH atingem adolescentes e mulheres entre os 15 e os 24 anos.
A possibilidade de colocar no mercado um método exclusivamente feminino de proteção contra o vírus vai libertar as mulheres da dependência dos homens no uso do preservativo. Pelo menos é esta a opinião do diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos EUA, Anthony Fauci. “Se você puder dar às mulheres a oportunidade de se protegerem de uma forma completamente confidencial, será um grande passo para ajudá-las”, afirmou em entrevista à BBC.
Em fase de testes, o anel vaginal com antirretroviral tem mostrado uma eficácia bastante importante no combate ao vírus VIH.
Este trata-se de um anel flexível, do tamanho dos diafragmas usados como anticoncecionais, e que é colocado no colo do útero, libertando dapivirina – um conhecido antirretroviral – que atua no organismo durante o período de um mês, altura em que deve ser substituído.
Recentemente, os investigadores testaram a adoção deste método em adolescentes americanas. Durante seis meses, 96 jovens sexualmente ativas, entre os 15 e os 17 anos, utilizaram o anel. Em 87% dos casos foi possível detetar níveis do antirretroviral na vagina.
Cerca de 74% das jovens afirmaram não sentir o anel no dia-a-dia e 95% consideraram-no fácil de usar.
Quanto aos parceiros, estes admitiram sentir um aumento de prazer depois da colocação do anel vaginal.
A apresentação destes dados decorreu durante a Conferência IAS (International AIDS Society), que teve lugar em Paris entre os dias 23 e 26 de Julho.
O anel será agora testado em África, o continente mais atingido pela epidemia. Caso o anel vaginal consiga aprovação regulatória, ele poderá ser o primeiro método de prevenção feminino do VIH.